segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DATAS IMPORTANTES ENTRE DIA 25 e 31- OUTUBRO

25 Morte de José Bonifácio, o patriarca da independência (1886)
25 Nascimento do escritor Humberto de Campos (1886)
25 Dia Internacional contra a Exploração da Mulher
25 Dia do Sapateiro
25 Dia do Cirurgião Dentista
25 Dia da Saúde Dentária
25 Dia da Democracia
25 Dia da Construção Civil
25 São João Stone
25 Dia das missões
25 Dia de São Crispim e Crispiniano, padroeiros dos celeiros
26 Biografias - Washington Luís
26 Dia da pátria da Áustria
26 Sta. Flora
26 Dia Oficial do Músico
26 Entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial (1917)
26 Dia do Trabalhador da Construção Civil
26 Nascimento do Presidente Washington Luís Pereira de Souza. Macaé/RJ (1869)
27 Independência da Turcomênia
27 Aniversário da Cunhada Maria Lydia Moreira Reis (Ir.: Geraldo Andrade de Aguiar Reis)
27 São Florêncio
27 Dia Mundial de Oração pela Paz
27 Nascimento do escritor Graciliano Ramos (1892)
27 Eleição pelo Congresso Nacional do General Emílio G. Médice como presidente da república (1969)
27 Aniversário do Sobrinho César Augusto Madeira (1953) (Ir.: José Zito Madeira)
27 Aniversário do Sobrinho Walter César Gomes (1956) (Ir.: Archibaldo Gomes)
27 Dia da pátria de São Vicente e Granadinas (1979)
28 Aniversário do Sobrinho Daniel Lara Sangiorge (1992) (Ir.: Marcílio Sangiorge)
28 Retorno de Uruguaiana de D. Pedro II e chegada em Porto Alegre/RS (1865)
28 Dia do Funcionário Público
28 Ss. Simão
28 Dia da independência da República Tcheca
28 Dia de São Judas Tadeu, padroeiro das causas impossíveis
29 Fundação Biblioteca Nacional
29 Proclamação da República da Turquia
29 FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
29 Posse de José Linhares como presidente da república (1945)
29 Dia da Universidade Católica
29 Criação da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1810)
29 São Euzébio
29 Dia da vacina
29 Dia das flores
29 Dia da independência da Turquia, comemorada pelo Setor Turco de Chipre
29 Dia Nacional do Livro
29 Historia
30 Dia do Balconista
30 Aniversário da Cunhada Elenira de Faria Amaral (Ir.: Deotínio Amaral)
30 Dia do protestante
30 São Vitório
30 Dia do Material Bélico, militar
30 Dia do lobinho, iniciante do escotismo
31 Bem-vindo ao KlickKids
31 Nascimento de Carlos Drummond de Andrade. Itabira/MG (1902)
31 Aniversário do Sobrinho Paulo Afonso Lopes (Ir.: Affonso Pereira Lopes)
31 Dia do repórter policial
31 Sta. Lúcia
31 Dia Mundial do Comissário de Vôo
31 Dia Mundial da Poupança
31 Dia das Bruxas
31 Dia da Poupança
31 Dia da Dona de Casa
31 Morte do educador Antônio de Arruda Carneiro Leão (1966)
31 The 80s Server - Indira Ghandi
31 Indira Ghandi
31 Jornal de Poesia - Carlos Drummond de Andrade
31 Morre assassinada a 1ª Ministra da Índia, Indira Ghandi. Nova Delhi/Índia (1984)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

DATAS IMPORTANTES ENTRE DIA 18 e 24 - OUTUBRO

18 Dia do Pensamento Infantil
18 Morre Casimiro de Abreu, poeta. Indaiaçu/RJ
18 São Lucas
18 Dia do Médico, homenagem a São Lucas, que foi médico
18 Dia do Estivador
18 Dia do Desarmamento Infantil
18 Dia do Comerciário
18 Jornal de Poesia - Casimiro de Abreu
18 Dia do pintor, de carros, paredes...
18 Morte do padre Manuel da Nóbrega (1570)
18 Nascimento de Benjamin Constant (1836)
18 Dia Continental do Corretor de Seguros
19 Personagens da Revolução Farroupilha
19 Aniversário da Cunhada Mirian Sônia Pinheiro Gama (Ir.: Ubiratan Gama da Costa)
19 Aniversário do estado de Piauí
19 São Paulo da Cruz
19 Dia do Guarda noturno
19 Dia da Juventude Missionária
19 Nascimento de Pedro de Alcântara Bourbon e Bragança, D. Pedro I, futuro imperador do Brasil. Lisboa/Portugal (1798)
19 Página do Gaúcho - Bento Gonçalves da Silva
19 Nasceu Bento Gonçalves da Silva, militar e chefe da revolução Farroupilha. Freguesia do Triunfo. (1788)
19 Iniciação do Ir.: Wilson Macedo - 1974
19 Elevação do Ir.: Renan Kfouri Lopes - 1987
19 Alberto Santos Dumont, dá a volta em torno da torre Eiffel em Paris, percorrendo 11 Km (1901)
19 Aniversário do Ir.: Willian Serra Vieira de Souza - 1932
19 Iniciação do Ir.: José Vicente de Paula Filho - 1985
19 Iniciação do Ir.: Renato Luzi - 1974
20 Elevação do Ir.: Almir Ribeiro Elpídio - 2003
20 São Cotardo Ferrini
20 Dia Internacional do Controlador de Tráfico Aéreo
20 Aniversário da Sobrinha Alba Caldeira de Mello (Ir.: Hélio José de Mello)
20 Elevação do Ir.: Luiz Gustavo Reis Chaves - 2003
20 Aniversário do Ir.: Renato Luzi - 1938
20 Iniciação do Ir.: Renan Kfouri Lopes - 1986
20 Dia do Arquivista
21 Iniciação do Ir.: Zózimo dos Santos - 1969
21 Dia da iluminação, áreas profissionais ligados ao setor
21 Dia nacional das Ilhas Marshall
21 Sta. Úrsula
21 Dia do Contato Publicitário
21 EDA - Esquadrão de Demonstração Aérea
21 Criação da Esquadrilha da Fumaça
21 Morte do Visconde de Mauá (1889)
21 Dia da pátria da Somália
21 Iniciação do Ir.: Geraldo Andrade de Aguiar Reis - 1969
21 Iniciação do Ir.: Sebastião Avelino Rocha - 1969
22 Dia nacional do Vaticano
22 Início da campanha do Contestado (1912)
22 Dia Internacional do Radioamador
22 Dia do Pára-quedista
22 Sta. Josefina Leroux
22 Dia do protesto mundial contra o uso do eletrochoque
22 Aniversário do Ir.: Joel Mariano da Silva - 1933
22 Aniversário do Ir.: Luiz Gustavo Reis Chaves - 1969
22 Morte de Artur de Azevedo (1908)
23 Dia da Força Aérea Brasileira, militar
23 Aniversário do Sobrinho Fabiano Caldeira de Mello (Ir.: Hélio José de Mello)
23 Aniversário do Sobrinho Marco Aurélio Abrita Costa (Ir.: Lincoln José Costa)
23 Aniversário da Sobrinha Viviane Gonçalves Rocha (1974) (Ir.: Lucas Gonçalves da Rocha)
23 Comemoração do 1º vôo de Santos Dumont, pilotando o 14Bis (1906)
23 Dia da engenharia da aeronáutica, militar
23 Dia do Aviador
23 Dia da Aviação, militar e civil, homenagem ao 1º vôo de Santos Dumont
23 Fundação Biblioteca Nacional
23 Início da Semana Nacional do Livro
23 ANI - Associação Nacional dos Inventores
23 São João de Capistrano
24 Aniversário de Manaus/AM (1848)
24 Aniversário da Cunhada Maria das Graças Carvalho Brito (Ir.: Almir de Araújo Brito)
24 Dia da Organização das Nações Unidas, ONU (1945)
24 Aniversário de Goiânia/GO (1934)
24 Dia dos clubes de serviço
24 Santo Antônio Maria Claret
24 Zambia
24 Independência de Zâmbia (1964)
24 Dia Mundial do Desenvolvimento, ONU
24 UNESCO Brasil
24 Dia Internacional das Missões

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

DATAS IMPORTANTES ENTRE DIA 11 e 17 - OUTUBRO

11 Dia Nacional do Canadá
11 Dia do Deficiente Físico
11 CIADEF (Centro Interativo de Apoio ao Deficiente Físico)
11 Nascimento do educador Álvaro Borges Vieira Pinto (1909)
11 Sta. Zenaide
11 Aniversário da Cunhada Nilza Ribeiro Siqueira (Ir.: Lício Siqueira)
11 Aniversário do estado de Mato Grosso do Sul
11 Dia da República do Panamá
11 Dia da revolução
11 Iniciação do Ir.: José Teixeira de Queiroz - 1957
12 Dia da raça
12 Dia da Hispanidade
12 Dia do Basquete
12 Confederação Brasileira de Basketball
12 Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil
12 Dia do Banco do Brasil
12 Dia do corretor de seguros
12 Credo do Engenheiro Agrônomo
12 Dia nacional da Espanha
12 Dia da Cirurgia Infantil
12 Dia da independência da Guiné Equatorial (1968)
12 Dia das Crianças
12 Engenheiro Agrônomo
12 Dia do Mar
12 Descobrimento da América
12 Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente
12 Inauguração do Cristo Redentor. Rio de Janeiro/RJ (1931)
12 Elevação do Ir.: Luiz Antônio Borges - 1978
12 Cristo Redentor
12 Dia Nacional do Engenheiro Agrônomo
12 Dia do descobrimento das Américas (1492)
13 Barão de Drumond cria o jogo do bicho com a finalidadede ajudar o Jardim Zoológico. Rio de Janeiro/RJ (1890)
13 Elevação do Ir.: Walter Soares Gagliardi - 1981
13 Dia do dinheiro
13 São Venâncio
13 Dia da Vida
13 Dia da Terapia Ocupacional
13 Revista Rio Total
13 Elevação do Ir.: Eustáquio Victor de Avelar - 1981
13 Elevação do Ir.: Carlos Alberto Cimini - 1981
13 Elevação do Ir.: Benedito Fortunato de Matos - 1964
13 Dia do Fisioterapeuta
14 Dia Nacional da Pecuária
14 MegaAgro - Agronegócio na Internet
14 São Calisto
15 Dia da Educação Nacional
15 Casamento da princesa Isabel com o conde D'Eu (1864)
15 Sta. Tereza d'Ávila
15 Criação do Observatório Nacional (1827)
15 Dia do Professor
15 Dia do Caçador
15 Dia da Normalista
15 Iniciação do Ir.: André Luiz Ferreira Oliveira - 1994
15 Iniciação do Ir.: Eydher Antônio P. Queiroz Freitas - 1994
15 Iniciação do Ir.: Ricardo Luiz Ferreira Oliveira - 1994
15 Dia do Educador Ambiental
16 A Santa Sé - O Santo Padre - João Paulo II
16 Elevação do Ir.: Abelardo Ribeiro de Novaes Filho - 1989
16 Elevação do Ir.: Humberto Onofre Correa - 1989
16 Dia Mundial da Alimentação, ONU
16 Elevação do Ir.: Laurence Hiroshi GuimarãesTakaki - 1995
16 Elevação do Ir.: Teófilo de Barros - 1989
16 Aniversário da Sobrinha Ana Beatriz de Oliveira Gomes (1960) (Ir.: Jacir Gomes)
16 Sta. Edwiges, padroeira dos endividados
16 Eleito o Papa João Paulo II (1978)
16 Dia do Instrutor de Auto-Escola
16 Dia da Ciência e da Tecnologia
16 Dia do Anestesista
16 Ministério da Ciência e Tecnologia
16 Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
16 Estação Ciência
16 Dia mundial da Ciência
16 SBAN - Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição
16 Dia mundial da tecnologia
17 Dia mundial de recusa à miséria, ONU (1992)
17 Exaltação do Ir.: Frederico Ferreira de Souza - 1967
17 Chopin
17 Aniversário da Sobrinha Cláudia Regina Abrita Costa Moreira (Ir.: Lincoln José Costa)
17 Sto. Inácio de Antióquia
17 Dia do Eletricista
17 Início da Semana da Asa
17 Dia Nacional da Vacinação
17 Dia Internacional da Eliminação da Pobreza, ONU
17 Dia do Orientador
17 Dia da Indústria Aeronáutica Brasileira
17 Frédéric François Chopin Page
17 Chopin - MIDI and more
17 Morre Fréderic Chopin, pianista e compositor. Paris/França (1849)
17 Promulgação da Constituição do Brasil (1969)
17 Casamento do imperador D. Pedro I com a princesa Amélia de Leuchtenberg (1829)
17 Morte do músico Heitor Villa-Lobos (1959)

sábado, 9 de outubro de 2010

A MAÇONARIA REALMENTE É UM RELIGIÃO ?

À medida que o sol aparecia no horizonte nas planícies de Babel, o céu era tingido por uma variedade de cores. O Poderoso Caçador contemplava os primeiros raios de luz que batiam na estrutura colossal. As instruções tinham sido explícitas, os planos tinham sido seguidos nos mínimos detalhes, e agora, a torre imponente que serviria como catalisadora da cultura e tecnologia do passado distante estava praticamente concluída. Não era apenas uma obra construída com pedras. Era muito mais significativa que apenas sua aparência física. Era algo esotericamente espiritual e profundamente religiosa. A religião que representava, os "Antigos Mistérios", continham crenças e doutrinas de uma era anterior; uma época quando os homens e os seres angélicos caídos experimentavam juntos todas as paixões que podiam imaginar. Ninrode aquecia-se com os raios de sol da aurora e era tomado de uma imensa euforia de satisfação pessoal, mas neste mesmo dia o próprio Deus estorvaria seus planos ambiciosos de estabelecer um império mundial.

A construção seria interrompida. Os sonhos de Ninrode seriam feitos em pedaços, mas mesmo com sua morte e posterior desmembramento de seu cadáver, os Mistérios Antigos continuariam a existir. Com a ajuda da viúva e do filho (Semíramis e Tamuz), a Sabedoria Antiga seria cuidadosamente preservada na Religião de Mistério da Babilônia. (1) Quando os seguidores de Ninrode se espalharam pela face da terra, levaram os Antigos Mistérios desde o Egito até a China. Com a passagem do tempo, a Sabedoria Antiga foi guardada pela "elite de pessoas sábias" da Babilônia, da Média e da Pérsia, de Pérgamo e de Roma. Ela encontrou um bom refúgio nas religiões orientais, na Cabala judaica e no gnosticismo ocidental. (2)

Após a virada do terceiro século da nossa era, o poder da Igreja de Roma começou a crescer. No entanto, isso provocou um cisma entre os guardiães dos Mistérios. Quando Constantino adotou o cristianismo, a Igreja Católica Romana recebeu a influência de muitas das doutrinas das Religiões de Mistério da Babilônia. "Isso resultou em algo muito diferente daquilo que Jesus Cristo e seus discípulos ensinaram. Os ensinos da Igreja Romana tornaram-se uma forma sofisticada de filosofia pagã camuflada com os ensinos de um Deus onipotente e transcendente." (3) A Igreja adotou a adoração da mãe e do menino, o batismo de bebês, a confissão a um sacerdote e muitos outros aspectos da Religião de Mistérios da Babilônia. No entanto, a Igreja Católica não adotou os aspectos ocultistas das Religiões de Mistério. Esses aspectos permaneceram com as Escolas de Mistério do Oriente, os Cabalistas, e os Gnósticos até o tempo das Cruzadas. Os aspectos ocultos da Sabedoria Antiga apareceram publicamente em França com a ascensão da Dinastia Merovíngia e as lendas de "Percival e a Busca Pelo Santo Graal". O cisma explodiu e tornou-se um grande conflito quando os Cavaleiros Templários (A Ordem do Templo) retornaram das Cruzadas como os homens mais ricos do mundo.

Os Cavaleiros Templários e o Priorado de Sião (A Ordem de Sião) tornaram-se a elite cultural que adotou totalmente os aspectos ocultistas dos Antigos Mistérios. Isso os colocou em rota de colisão com a Igreja de Roma e seus aliados. O Priorado de Sião passou a operar às escondidas e tornou-se uma "sociedade secreta" da elite, enquanto os Cavaleiros Templários foram violentamente atacados pelo rei francês Filipe IV, o Belo e pelo papa Clemente V. Em 13/10/1307, Filipe IV ordenou a prisão de todos os Cavaleiros Templários. No entanto, na noite anterior, um número desconhecido de Cavaleiros partiu de França, com dezoito navios carregados com o lendário tesouro da Ordem. (4). Uma parte desses navios aportou na Escócia e os Templários associaram-se com os Guardas Escoceses, com os Rosa-cruzes, o Colégio Invisível, e a Sociedade Real (todos grupos ocultistas) e juntos formaram o Rito Escocês da Maçonaria. (5). Os maçons têm os Templarios como antecessores, bem como guardiães autorizados de seus segredos arcanos. (6). Conseqüentemente, o Rito Escocês é "orientado em forma de magia, enfatizando uma hierarquia social e política, uma ordem divina e um plano cósmico subjacente." (7) Essa é exatamente a essência dos Mistérios Antigos de Ninrode.

Enquanto isto, o poder da Igreja de Roma continuava a crescer. A Igreja Católica e a Maçonaria eram inimigas juradas de morte, e a influência ocultista pública da Maçonaria crescia muito lentamente. No entanto, por volta de 1750, apareceu uma nova geração de cavaleiros místicos. Eram um braço da Maçonaria, e chamavam-se a si mesmos de Jacobinos. (8) O grito jacobino de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" levou ao primeiro grande feito da Maçonaria Iluminista, a Revolução Francesa. Os Jacobinos nomearam um ex-jesuíta rebelde, Adam Weishaupht, de "Grande Patriota". (9) Weishaupht adotou os mistérios antigos e organizou a Ordem dos Iluministas em 1776. Por volta de 1778 infiltrou-se na Maçonaria como um maçom completamente iniciado. Em seguida, induziu a elite européia da Maçonaria européia ao Iluminismo - 600 homens em 1783. (10) No outro lado do Atlântico, maçons místicos estavam sob o cerco dos Iluministas ocultistas. Os Iluministas viam a América como o 13o passo na evolução, e o destino espiritual da América acompanhando a união mundial no espírito da liberdade, igualdade e fraternidade. (11) Por volta de 1789 a Maçonaria mística do Novo Mundo sucumbiu diante da visão ocultista de um mundo do Iluminismo de Weishaupht, o guardião dos Antigos Mistérios de Ninrode.

A Revolução Industrial mudou tudo. Os homens passaram a agir e pensar de uma forma diferente, e o materialismo tornou-se a ordem do dia. Devido a essa influência, o Humanismo Secular surgiu no início do século XX. Os ocultistas e gnósticos do passado eram considerados fanáticos ou lunáticos. Novamente o ocultimo passou a ser algo muito privado. No entanto, muitos desses homens eram muito ricos e poderosos. O Iluminismo estava vivo e bem, embora oculto dos olhos críticos do público geral. Assim, a Maçonaria tornou-se uma organização fraternal e beneficente, por necessidade. Como conseqüência disso, o vasta maioria dos homens que estão nos graus inferiores não tem a menor idéia do propósito da sociedade ou das reais intenções da elite.

A intranquilidade dos Anos 60 e o surgimento da "Cultura das Drogas" moldou o início de outra reemergência pública do ocultismo. O Movimento de Nova Era dos anos 70 e 80 popularizou muitas crenças ocultistas. Essa nova renascença do ocultismo posicionou a Maçonaria para exercer um papel fundamental no sonho que Ninrode teve há 4400 anos, de um mundo unificado, sob um reino ocultista. Atualmente, a Maçonaria serve como um conduite entre as organizações políticas da elite global (Clube de Roma, Sociedade Teosófica, Rosa-Cruzes, Lucis Trust, World Goodwill, etc.). Esses grupos reconhecem a posição da Maçonaria como uma organização religiosa ocultista com a capacidade de fazer a ligação entre a religião e a política. (12) Muitos maçons continuam insistindo que a Maçonaria não é uma religião. No entanto, os próprios escritos deles contradizem essas afirmativas. Albert Pike, Grande Comandante do Rito Escocês (1860) escreveu: "Toda loja é um templo de religião e seu ensino instrução em religião." (13)

A qual religião Pike está fazendo referência? Suas próprias palavras oferecem o esclarecimento necessário: "A Maçonaria é a sucessora nos Mistérios" (14)

Muitos maçons modernos tentam distanciar-se de Pike e de sua obra gnóstica (e profundamente ocultista) Morals and Dogma [leia a resenha]. Insistem que os ensinos dele não são os da Maçonaria, mas simplesmente suas interpretações pessoais. Insistem ainda que a Maçonaria moderna, que faz muitas obras beneficentes, não deve ser julgada pelos escritos de alguém que viveu cem anos atrás. Essa linha de raciocício é muito confusa para aqueles que reconhecem a Lenda de Hirão Abi, supostamente de três mil atrás. Eles não dizem que a Maçonaria originou-se no tempo de Salomão? Todos os ensinos anteriores ao século XX devem então ser desconsiderados? Isso também nega os 32 graus do Rito Escocês criados por Pike? Além disso, recentementente, em 1989, o Grande Comandante do Rito Escocês, C. Fred Kleinknecht escreveu: "O ponto mais alto dos nossos ensinos é Morals and Dogma, escrito há cem anos..." (15)

Pike não é o único porta-voz que fala a verdade sobre o que é a Maçonaria. Alice Bailey, que foi porta-voz da Sociedade Teosófica e membro da Co-Maçonaria junto com seu marido Foster Bailey, declarou:

"O movimento maçônico tem a custódia da lei, é o guardião dos Mistérios e o trono de iniciação .... uma organização ainda mais ocultista pode ser conseguida ... voltada para ser uma escola de treinamento para os futuros ocultistas avançados." (16)

Alice Bailey sumarizou a história inteira da Maçonaria. Ela revela o fato que a Maçonaria iluminsta é a guardiã atual da Sabedoria Antiga de Ninrode. A descrição do Grau 32 do Rito Escocês é esta:

"SUBLIME PRÍNCIPE DO REAL SEGREDO"


"A ciência oculta dos Antigos Magos estava encoberta nas sombras dos Mistérios Antigos; foi revelada de forma imperfeita, ou melhor, foi desfigurada pelos Gnósticos; é imaginada sob as obscuridades que cobrem os pretensos crimes dos Templários; e encontra-se envolta por enigmas que parecem impenetráveis, nos Ritos da Mais Elevada Maçonaria" (17)

Aqui, a guarda dos Mistérios Antigos foi rastreada dos Magos na Média-Pérsia, ao Gnosticismo ocidental, aos Cavaleiros Templários e finalmente, ao Rito Escocês da Maçonaria.

Os "Mistérios Antigos" ainda são muito misteriosos. Muito do que contêm somente será revelado no futuro. No entanto, há um nível de compreensão disponível não somente para os iniciados como também para aqueles que buscam diligentemente a verdade. Gregson registra que há um grande ganho para esses iniciados:

"Para Babilônia eram levados todos os sacerdotes e mestres do Egito, da Palestina, Mitra, Grécia, e mestres de toda a parte do mundo. Os reis também queriam ser iniciados nos ritos dos Mistérios." (18)

Os reis merovíngios também eram sacerdotes. Eles tinham o poder político e o poder religioso. (19) Muitos dos aspectos religiosos dos Mistérios podem ser vistos não somente nos rituais da Maçonaria, mas também nos ensino extra-bíblicos da Igreja de Roma. Ambas lutam pelo domínio mundial. A Igreja tem a vantagem na arena religiosa com ensinos arraigados. A sociedade atual ainda não está preparada para o ocultimo grosseiro dos Iluministas. A Maçonaria tem vantagem na política. A maioria dos líderes mundiais participa de pelo menos um grupo Iluminista. Conjectura-se que a Igreja e a Maçonaria estejam aproximando-se uma da outra. O próprio passado do papa João Paulo II implica que até ele pode ser um agente Iluminista. Na sua juventude, ele estudou Teosofia com muito interesse e suas visões de Maria vão do místico para o ocultista. (20)

Os aspectos políticos dos Mistérios Antigos podem ser vistos claramente em um documento intitulado PROTOCOLOS DOS SÁBIOS DE SIÃO. Embora muitas pessoas afirmem tratar-se de um documento judaico conspiratório, é mais provável que tenha sido redigido pelo Priorado de Sião. Os pontos básicos são estes:

Esquema para alcançar o domínio mundial
Advento de um Reino Maçônico
Um rei da linhagem sanguínea de Sião... da raiz dinástica de Davi
O Rei dos Judeus será o verdadeiro papa
O governante mundial será o patriarca de uma igreja internacional
Somente o rei e mais 3 que o patrocinarão saberão o que se passa. (21)
Para o leitor que está habituado com a Profecia Bíblica, há uma súbita revelação. Se OS PROTOCOLOS DOS SÁBIOS DE SIÃO foram redigidos por uma sociedade secreta iluminista, todos os fatos da história, desde Ninrode, passam a ter uma ligação em comum. Aqui está o sumário:

Ninrode procurou restaurar o sistema pré-diluviano implantando um governo mundial, liderado por um rei-sacerdote, energizado diretamente por Satanás.

Quando Deus estorvou os planos de Ninrode, a estratégia de Lúcifer foi criar um sistema de falsas religiões que preservassem esses poderosos Mistérios Antigos até o tempo em que ele (Lúcifer) possa estabelecer seu reino.

Esses mistérios foram guardados desde aquele tempo por um grupo de elite selecionado. Houve alguns períodos na história em que o lado ocultista mais escuro dos mistérios foi aceito, e períodos em que o ocultismo foi perseguido.

A Bíblia fala sobre o surgimento de um reino mundial futuro liderado pela Besta (o Anticristo), que declarará ser Deus. Esse reino mundial será acompanhado por uma igreja mundial até o tempo em que não seja mais útil para a Besta. A Besta declarará então ser o Messias dos judeus e o legítimo herdeiro ao trono de Davi.

É bem possível que os 3 que estarão apoiando o rei sejam os "3 reinos" subjugados pela Besta, conforme profetizado em Daniel 7:24.
A Besta revelará os segredos dos Antigos Mistérios, que foram cuidadosamente guardados pelos ocultistas durante milênios, como prova de sua posição para estabelecer totalmente seu reino.

As religiões dos Mistérios Antigos não adoravam o Deus da Bíblia. Ninrode era um servo de Lúcifer, e o sistema religioso resultante era luciferiano. A despeito de todas as objeções em contrário, a prova incontestável é que a Maçonaria não honra o Deus das Escrituras, mas algum outro Deus. Na verdade, os ensinos da Maçonaria estão afastados em 180 graus da Bíblia. (22)

O Templo Maçônico sempre tem uma entrada no ocidente e o altar está no oriente. Na Bíblia, temos a informação que a entrada para o jardim do Éden estava no oriente. Embora isso possa parecer coincidência, a entrada para o Tabernáculo estava no oriente com o Santo dos Santos no ocidente. O templo de Salomão (e os outros templos judaicos) tinham suas entradas pelo oriente, e o Santo nos Santos ficava no ocidente. Para entrar no jardim do Éden e ir até a árvore da vida, era necessário ir do oriente para o ocidente. Para entrar no Tabernáculo ou no Templo, o sacerdote precisava ir do oriente para o ocidente. Na Maçonaria isso está invertido em 180 graus. (23). Na verdade, um dos sinais da Maçonaria é a declaração "Tenho viajado no oriente". (24) Isso parece muito mais significativo quando considera-se as supostas origens da Maçonaria com Salomão. Se Deus deu instruções explícitas a Salomão para a construção do Templo, por que ele criaria o projeto do Templo Maçônico invertendo tudo? A inversão de imagens é muito comum no ocultimo. Os ensinos ocultistas parecem ser a imagem negativa do positivo da obra de Deus.
Existem certos juramentos na Maçonaria que são muito suspeitos. Por exemplo, como maçom, você precisa jurar que encobrirá os crimes dos outros maçons. Isso é o mesmo que dizer uma mentira e chamá-la de moral. (25) A Bíblia diz em Apoc 21, "... todos os mentirosos receberão a parte que lhes cabe no lago que arde com fogo e enxofre." Como alguém pode dizer que crê nas Santas Escrituras e racionalizar um comportamento totalmente em oposição ao que elas dizem?
A Maçonaria ensina a doutrina da Universalidade. Basicamente, é a irmandade de todos os homens e a paternidade de Deus. ISTO NÃO ESTÁ NA BÍBLIA. ALÉM DISSO, ESSA DOUTRINA É DIAMETRICALMENTE OPOSTA AOS ENSINOS DAS ESCRITURAS. A Bíblia diz que quando Adão afastou-se de Deus e caiu no pecado, sua natureza pecaminosa foi passada para seus descententes. Devido ao fato de Deus não poder tolerar o pecado, a linhagem de toda a humanidade foi então adotada pelo originador do pecado, Lúcifer. Como resultado, todos os homens são "nascidos em pecado" sob a paternidade de Lúcifer. Jesus deixou isso bem claro em João 8:44, onde disse aos fariseus, "Sois do Diabo, que é vosso pai..." O único modo de um homem tornar-se filho de Deus é convertendo-se, confessar seus pecados e sua condição de pecador diante de Deus, e confiar pela fé no poder purificador do sangue de Jesus Cristo para reconciliar-se com Deus. SOMENTE AS PESSOAS QUE ACEITARAM A JESUS CRISTO COMO SALVADOR SÃO FILHOS DE DEUS!!
O autor maçom Manly Hall revelou a posição oposta da Maçonaria quando escreveu: "Ao altar da Maçonaria todos os homens trazem suas melhores oferendas. Em torno dele, todos os homens, tenham eles recebido os ensinos de Confúcio, de Zoroastro, de Moisés, de Maomé, ou do fundador da religião cristã [observe que ele nem menciona o nome Jesus], desde que creiam na universalidade da paternidade de Deus e na irmandade dos homens.... reunem-se em um nível comum". (26)

Outro autor, Albert Mackey, escreveu: "Agora como maçons, nós não nos dividimos entre estes (Astarte, Vishnu, Dagon, Baal) mas recebemos todos como nossos irmãos, e a Deus como nosso Pai Celestial, revelado para nós como tal na Luz da Maçonaria". (27).

Mackey aqui não somente reitera a heresia da Universalidade, mas também levanta uma questão mais séria: "Que Deus é esse que permite a aceitação dos seguidores de Baal e de outras deidades pagãs como irmãos? Certamente não é o Deus da Bíblia. (A propósito, o deus Baal era uma corruptela do deus babilônico Baco, que era diretamente derivado de Tamuz, o filha da viúva de Ninrode.) (28) Deus, no Antigo Testamento ordenou que Israel aniquilasse os seguidores de Baal. O profeta Elias deveria estar terrivelmente enganado quando ordenou a execução dos 450 profetas de Baal no Monte Carmelo. Afinal, de acordo com Mackey, eles eram irmãos de Elias. (29).

Qual conclusão pode ser tirada da inversão de 180 graus das Escrituras? O DEUS DA BÍBLIA NÃO É O DEUS DA MAÇONARIA! O deus da Maçonaria precisa então ser o deus dos Antigos Mistérios. Em todos os aspectos do oculto, dos Mistérios da Babilônia, à Busca pelo Santo Graal, passando pelo Hinduísmo, Wicca e o Movimento de Nova Era, e sim, nos escritos da Maçonaria: Deus é descrito como uma força impessoal que se manifesta em tudo na natureza, no mundo espiritual e no próprio homem. Essa não é nada mais que a estratégia de Lúcifer desde o jardim do Éden. A serpente disse à mulher "sereis como Deus..." Gên 3:5.

Chegará o dia em que todos os Antigos Mistérios serão revelados para aqueles que habitam na Terra. Na lenda de Hirão Abi, esse dia será marcado pela sua ressurreição para governar o mundo. De acordo com a Bíblia, O Anticristo reinará. Ele virá como Hirão Abi para os maçons, Messias ben Davi para os judeus, Crishna para os hindús, Imã Mahdi para os maometanos, Sosiosch para os seguidores de Zoroastro; mas na palavra de Deus ele é chamado de Besta (Anticristo). Ele trará paz e segurança a um mundo tumultuado durante 3 anos e meio. Será adorado como o rei-sacerdote por toda a humanidade. Relevará os Mistérios Antigos como suas credenciais. No entanto, seu reino de paz será curto. Mas então, ele terá de encarar face a face o REI DOS REIS E O SENHOR DOS SENHORES. O verdadeiro herdeiro do trono de Davi lançará a Besta viva no Lago de Fogo, onde será atormentada para sempre. O longamente aguardado Reino Maçônico cairá e Jesus Cristo reinará sobre a Terra "... e venha paz sem fim sobre o seu reino." (30).

Como se vê, a Maçonaria é uma religião ocultista, que preserva os Mistérios Antigos para o vindouro Reino Mundial Luciferiano.

NOTA FINAL

Caro amigo:

A The Cutting Edge não odeia os maçons. Nos artigos publicados e no correio eletrônico que trocamos com os leitores, recebemos de Deus o encargo de transmitir a verdade para aqueles que estão enlaçados nessa organização enganosa e ocultista. Nós o amamos e nos preocupamos com você. Examine as obras e os ensinos da Loja usando a única referência para a verdade - a Palavra de Deus. Se você for honesto consigo mesmo e com Deus, verá o engano da Maçonaria está preparando o caminho para o Anticristo. Procure a verdade de Deus na sua vida hoje.

Além disso, se você nunca confiou em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, converta-se a ele hoje. Você pode encontrar as orientações sobre como tomar essa decisão na nossa Página da Salvação.

Que o Espírito Santo de Deus o oriente em sua busca pela verdade na Bíblia.

Sinceramente,

Mac Dominick
The Cutting Edge Ministries



REFERÊNCIAS

Hislop, Alexander. The Two Babylons, Loizeaux Bros. Pub., 1916, p.20.
Kah, Gary. En Route to Global Occupation, Huntington House, 1991,p. 94.
Hayes, Kathleen. National Research Institute Trumpet, May, 1991.
Baigent & Leigh. The Temple and the Lodge, Arcade Pub., 1989, p. 53.
IBID p. 155.
Baigent, Lincoln & Leigh. Holy Blood, Holy Grail, Dell Pub., 1982, p. 65.
IBID. p. 197.
Temple and the Lodge, p. 193.
En Route to Global Occupation, p. 28.
Deo, Stan. The Cosmic Conspiracy, Adventures Unlimited Press, 1994, p. 65.
Heironimus, Robert. America’s Secret Destiny, Destiny Books, 1989, p.94-96.
. Kah, Gary. The Demonic Roots of Globalism, Huntington House, 1995, p. 161
Pike, Albert. Morals and Dogma, p. 213.
IBID. p. 624.
Kleinknect, C. Fred. New Age Magazine, 1/89 as quoted by D. L. Cuddy, Ph.D. in Now is the Dawning of the New Age New World Order
Bailey, Alice. Externalization of the Hierarchy, Lucis Trust, p. 511.
Morals and Dogma, conforme citado pela Masonic Bible, John Hertel Co., 1949,
Noone, Richard. 5/5/2000, Three Rivers Pub., 1994, p. 178.
Holy Blood, Holy Grail, p. 236.
National Research Institute Trumpet, 5/91.
Hogan, Jean Baptiste, as quoted by Holy Blood, Holy Grail, p. 193.
Crane, Stuart. The Masonic Order, audio tape.
IBID.
IBID.
IBID.
Hall, Manley, as quoted by Louisiana Masonic Monitor (1980), p. 133.
Mackey, Albert. History of Freemasonry, Vol. 7, p. 1721.
The Two Babylons, p. 21.
I Reis 18:19.
Isaías 9:7.
Esperamos que este ministério seja uma bênção em sua vida. Nosso propósito é educar e advertir as pessoas, para que vejam a vindoura Nova Ordem Mundial, o Reino do Anticristo, nas notícias do dia a dia.

Fale conosco direcionando sua mensagem a um dos membros da equipe de voluntários.

Se desejar visitar o site da The Cutting Edge, dê um clique aqui: http://www.cuttingedge.org

Que Deus o abençoe.

Autor: Mac Dominick
Tradução: Jeremias R D P dos Santos
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/n1144.asp

A MAÇONARIA QUE OS MAÇONS DESEJAM

Nos dias atuais necessitamos de uma Maçonaria onde a paz, a concórdia, e a compreensão sejam a tríplice argamassa que una os nossos ideais.

Em uma escola de filosofia todos devem aprender a pensar e desses pensamentos operacionalizá-los em ações produtivas e positivas.

Vivemos dias onde os momentos se tornam perigosos, nos levando até à perda da esperança. É hora de buscarmos elementos que reativem a utopia de uma Ordem justa, eqüitativa, solidária, democrática, sustentável e culturalmente corretas. Esse trabalho hercúleo deve ser fruto do trabalho conjunto de todos os obreiros.

O trabalho de cada um deve estar voltado para a consolidação de hábitos de estudo, leituras e sobretudo na arte de pensar.

É triste constatarmos que questões periféricas acabem absorvendo tanto tempo com estardalhaço para que se desviem do que é mais urgente.

A Ordem Maçônica tem a importante missão de congregar irmãos para tratar das questões básicas que possam conduzir a sociedade a um porto seguro.

O tempo é propício estamos nos aproximando de eleições e na base podemos construir o alicerce político para uma nova construção, onde os pedreiros livres e de bons costumes podem ser os artífices de uma nova sociedade democrática onde todos terão o sagrado direito de escolher ou ser escolhido para o cumprimento da nobre missão de levar avante os princípios que norteiam os nossos passos rumo a perfeição.

Lembremo-nos de um comentário feito por um grande estadista brasileiro:
"É fácil comandar homens livres, basta-nos mostrar-lhes o caminho"

Sejamos realmente livres e caminhemos com firmeza e determinação rumo à Maçonaria que todos desejamos, Justa e Perfeita.

No mês de agosto estaremos comemorando dois eventos do máximo significado para o Grande Oriente do Estado de Minas Gerais e que podem ser classificados como a pedra de toque das ações do novo milênio.

Nos dias 20, 21 e 22 nas dependências do SESC/Venda Nova, nos reuniremos para participar:

Dia 20 as comemorações do 60º aniversário de Fundação do Grande Oriente do Estado de Minas Gerais.

Dias 21 e 22 as atividades relacionadas com o Lançamento da Ação Maçônica Internacional (AMI), por nós classificadas como um dos programas que busca resgatar o valor da Maçonaria neste milênio.

Convidamos e conclamamos a todos os irmãos a aderirem às nossas comemorações de agosto para que possamos honrar o "Dia do Maçon".



João Lemos Salgado
Grão-Mestre

A MAÇONARIA EM CUBA

Ven.Irmão WILLIAM ALMEIDA DE CARVALHO 33* *escrito juntamente com A. R. Schmidt Patier Mestre Maçon e Membro da Academia Maçônica de Letras do DF.


O editorial do número anterior da Egrégora – jornal maçônico de Brasília – tratou da memorável visita do Papa João Paulo II à ilha de Fidel e da forma pela qual foi ali tratada a questão religiosa. Neste artigo, a Maçonaria cubana será objeto de nossa atenção.
A independência de todas as Américas foi obra da Maçonaria. A crônica particular de cada um dos países do Novo Mundo trata exaustivamente da forma pela qual isto aconteceu, de sorte que não consideramos necessário insistir deste assunto.
Cuba não foi uma exceção. Mas o que nem todos os historiadores sabem - principalmente os menos informados -, é o fato de nossa sublime Ordem ter crescido ali em importância a partir do momento em que Fidel libertou a Ilha. Não há nada de incorreto nesta afirmação, porque pelo tratado de 1898, assinado em Paris, Cuba foi libertada do jugo espanhol para, logo a seguir, cair sob o jugo norte-americano. Tratou-se, pois, de uma falsa independência.
Vale a pena fazer um ligeiro retrospecto desse acontecimento ocorrido à revelia da Maçonaria cubana. Uma vez declarada a “independência”, a ilha ficou ocupada pelo exército norte-americano, sob o pretexto de que era preciso manter a paz e organizar o país. Foram também os americanos e não os cubanos que elaboraram a Carta-Magna do País, promulgada pela Assembléia Constituinte em 21 de fevereiro de 1901. A essa estranha Constituição foi acrescido um documento ainda mais estranho – a chamada “Emenda Platt” – que autorizava os EUA a intervirem no país toda vez que fosse necessário, o que aconteceu muitas vezes. A Maçonaria lutou bravamente até que, em meados dos anos 30 fosse promulgada nova Constituição com a supressão da odiada “Emenda Platt”. Mas, os americanos continuaram presentes e dominantes. Foi com a influência deles que se impôs o governo do Sargento Batista (logo promovido a coronel) e que serviu com fidelidade aos EUA em todas as questões internacionais em que a cooperação cubana fosse necessária.
Enquanto o antigo Sargento Batista enriquecia, os americanos eram os verdadeiros senhores da ilha. As melhores terras lhes pertenciam. Eram também donos das principais grandes empresas. Cubano só podia ser empregado, as vezes bem remunerado, mas empregado. O povo cubano vivia mal. Dia a dia crescia, com o apoio da Maçonaria, o movimento antiamericano.
Esse ideal encarnou-se num jovem advogado chamado Fidel Castro. Em 28 de julho de 1953, Fidel foi aprisionado pelas tropas de Fulgêncio Batista e teria sido executado sumariamente, a exemplo do que ocorreu com outros revolucionários, se não tivesse havido a intervenção do Tenente Sarriel que determinou aos seus subordinados que o poupassem, argumentando: “Idéias não se matam!”. Sarriel, embora oficial do exército de Fulgêncio Batista, era necessariamente maçom.
Foi ele que encaminhou Fidel para a Sierra Maestra, centro de ação dos patriotas barbados. Aos poucos, as tropas de Batista foram sendo derrotadas. A opinião pública, principalmente a Ibero-Americana, era favorável aos rebeldes. Vendo-se perdido, Batista abandonou o governo e refugiou-se nos EUA.
Uma vez conquistada a ilha, Fidel organizou um governo revolucionário. Iniciou uma campanha de nacionalização e de desapropriação de empresas e de terras em mãos de cidadãos dos EUA. O governo americano protestou e propôs que Cuba fosse excluída da OEA. Adotou, ademais, medidas econômicas restritivas a Cuba que perduram até hoje. Pode-se dizer que, por mero interesse econômico, os EUA jogaram Cuba nos braços de Moscou. As conseqüências de tudo isto resultaram na situação que vem perdurando há quase 40 anos e que não interessa comentar aqui por ser do conhecimento de toda gente.
O que de fato interessa saber é a situação da Maçonaria em Cuba depois de implantada a Revolução. Seria impossível imaginar uma Loja maçônica nas imediações da Praça de São Pedro, em Roma, nem tampouco na Praça da Paz Celestial, em Pequim, na China. Mas, em Havana o esquadro e o compasso convivem pacificamente, lado a lado, com a foice e o martelo. No centro de Havana, na Avenida Salvador Allende (que foi maçom), 508, está localizado o Grande Templo Nacional Maçônico, um edifício de 11 andares em cujo cimo resplandece o esquadro e o compasso. É ali que despacha o Sereníssimo Grão-Mestre Raciel Martinez Andreu que pode ser contatado pelos telefones 75732 ou 75065. A Grande Loja Maçônica de Cuba congrega mais de dois mil membros e é reconhecida pelas Grandes Lojas de 38 Estados norte-americanos. O Grande Oriente do Brasil é reconhecido por apenas 17 Estados.
A Grande Loja Nacional de Cuba mantém um Asilo para Maçons idosos, além de outras obras de benemerência, mas luta com muitas dificuldades, sobretudo de ordem financeira. Muitos maçons pertencem ao Partido Comunista cubano, mas não são ateus. Nesse particular, existe em Cuba uma curiosa mistura de Comunismo, Cristianismo e Maçonaria, uma situação semelhante a que prevalece na Itália. O próprio Fidel se criou num ambiente católico e fez o curso primário e médio num colégio religioso. Sua adesão ao ateísmo e comunismo só se deu mais tarde, já na idade adulta. A convivência da Maçonaria cubana com o regime castrista se explica pelo fato de os maçons terem tido uma justa participação na Revolução que libertou Cuba do domínio econômico dos EUA.
Os dados que serviram de base para este resumo histórico foram colhidos na INTERNET, onde os interessados no assunto poderão colher dados mais amplos do que os que aqui foram expostos.

26Dez2005 - 19:45 | ( 0 ) comentários

A MAÇONARIA DOS NEGROS AMERICANOS

PRINCE HALL: UMA MAÇONARIA DESCONHECIDA

Ven.Irmão WILLIAM ALMEIDA DE CARVALHO 33


I - INTRODUÇÃO

A idéia de fazer um trabalho sobre a maçonaria Prince Hall, ou seja a maçonaria dos negros dos EEUU, tem por objetivo informar à comunidade maçônica brasileira sobre uma maçonaria pujante que por longos anos tem sido escamoteada, em termos de informação, ao mundo maçônico brasileiro.

Se o Brasil se propõe a ser uma potência maçônica deve ter o cuidado de se informar sobre o que se passa no resto do mundo e parar de repetir acriticamente o que lhe é ofertado pelos sistemas de divulgação maçônicos internacionais.

O presente trabalho busca trazer à tona a figura histórica e a legenda do primeiro maçom negro dos Estados Unidos, e talvez do Hemisfério Ocidental, chamado Prince Hall, que deu origem à maçonaria dos negros norte-americanos.

Busca, a seguir, relatar as dificuldades da Obediência Prince Hall nos Estado Unidos e a tentativa de formar uma Grande Loja Nacional Prince Hall.

Relata o que denominei de pérolas maçônicas, ou seja as instruções normativas da maçonaria branca em negar reconhecimento à sua congênere negra, num bestialógico digno dos tempos mais obscurantistas da história universal.

Termina propondo um repto para que se estude mais a fundo este importante ramo da maçonaria universal, visto que o Brasil, pela sua população negra não pode viver só da versão do homem branco. Concomitantemente, busca extrair lições estratégicas sobre o que se passa no mundo da alta política.

Como surgiu a idéia de escrever algo sobre a maçonaria Prince Hall? Na minha última viagem a Nova Iorque comprei um pequeno livro sobre a maçonaria Prince Hall[1] que li com grande prazer, pois, no Brasil, sempre que desejei informar-me sobre a maçonaria negra nos Estados Unidos, encontrava uma barreira devido à inexistência de bibliografia apropriada.

O autor, um militar negro chamado Joseph A.Walkes, tornou-se mestre maçom em 1965 na Loja Cecil A.Ellis nº 110, na base militar norte-americana de Karlrude, na Alemanha Ocidental, que trabalhava sob a jurisdição da Grande Loja Prince Hall de Maryland. É, ainda, membro honorário da Loja Militar da Zona do Canal nº 174 no canal do Panamá. Atualmente, pertence aos quadros da Loja Rei Salomão nº 15 de Forte Leonard Wood no Estado de Missouri. Foi editor da revista Masonic Light e, atualmente, edita a revista News Quaterly do Supremo Conselho Unido 33º da Jurisdição Sul (PHA) nos Estados Unidos.

Com este Ir\ negro, informei-me sobre o básico, da ótica negra evidentemente, da maçonaria Prince Hall nos Estados Unidos. O presente trabalho segue, em linhas gerais, as pegadas de Walkes. Aprendi, por exemplo, que ao lado do tronco da maçonaria branca, que ele chama de maçonaria caucasiana, existe um frondoso galho, chamado Prince Hall. Este galho e este tronco estão em constante estado de guerra, surda ou aberta, até os dias de hoje.

Procurei distinguir o fato histórico real da lenda vigente. E, aqui, convém salientar o livro clássico de Grimshaw[2] que, se por um lado foi de importância fundamental em trazer à tona a legenda da figura seminal de Prince Hall, dando uma consciência de luta aos negros maçons norte-americanos, por outro lado, criou uma série de contos de fada sobre o mesmo Prince Hall, dificultando, e muito, a moderna historiografia. Sempre que usar, neste trabalho, a assertiva ‘a tradição afirma tal coisa’, estarei me referindo à versão de Grimshaw.

Neste trabalho, procurei seguir as pegadas dos historiadores clássicos e modernos que se debruçaram sobre a maçonaria Prince Hall, tais como o aludido Grimshaw, Davis, Walkes, Sherman, Wesley, etc.





II - A HISTÓRIA E A LENDA DE PRINCE HALL



Deve-se destacar, na figura de Prince Hall, a parte real, mas menos romântica, resgatada pela moderna pesquisa historiográfica e a lenda, devida, na maioria das vezes, a Grimshaw e que vem sendo alimentada pelo povo maçônico afro-americano. A moderna historiografia estima que Prince Hall nasceu em 1735 em lugar desconhecido. Alguns especulam que teria nascido em Barbados nas Índias Ocidentais, outros que teria sido na África enquanto uma minoria chega a afirmar que o seu local de nascimento seria os Estados Unidos. Documentos analisados mostram que teria exercido várias profissões, tais como: trabalhador braçal, artesão de roupa de couro e fornecedor de alimentos. Outros documentos apresentam-no como líder e eleitor numa pequena comunidade negra em Boston.

A versão tradicional, muito aceita mas de pouca ajuda para a pesquisa científica, afirma que Prince Hall nasceu em Bridgetown, Barbados, nas Índias Ocidentais em 1748, filho de Thomas Hall, um inglês, mercador de couro que teria como esposa uma mulher negra livre, de descendência francesa. Teria vindo para a Nova Inglaterra durante a metade do século XVIII, estabelecendo-se em Boston, na colônia de Massachusetts, onde teria se tornado pastor da Igreja Metodista.

A versão tradicional ainda afirma que Prince Hall teria pertencido às fileiras do Exército Revolucionário e lutado na guerra de independência norte-americana.

Um ponto controverso tem sido a versão de que Prince Hall tenha sido escravo ou não. Sherman afirma que “tive a fortuna de descobrir, na Biblioteca Athenaeum de Boston, uma cópia do documento de alforria, provando que Prince Hall tinha, originalmente, sido escravo na família de um negociante em roupa de couro de Boston chamado William Hall que o alforriou em 1770”.[3] Certos historiadores afro-americanos rejeitam alguns documentos que tentam demostrar ter ele sido escravo da família Hall, como se, em sendo isto verdade, teria sido uma desonra para a figura de Prince Hall. Aqui, convém lembrar o dizer da carta de Mahatma Gandhi ao Ir.´. W.E.B. Dubois em 1929: “Não deixem os 12 milhões de negros [norte-americanos] se envergonharem pelo fato de serem descendentes de escravos. Não há desonra em ter sido escravo. Há desonra em ter sido proprietário de escravos”.[4] A maçonaria Prince Hall nunca negou iniciação a qualquer ex-escravo desde que preenchesse os requisitos mínimos exigidos pela Ordem. A Grande Loja Unida da Inglaterra, após a abolição da escravidão nas Índias Ocidentais pelo Parlamento Britânico em 1º de setembro de 1847, mudou a expressão nascido livre para homem livre como requisito para ingresso nas suas lojas.

A tradição afirma que Prince Hall teria sido iniciado em 6 de março de 1775. E aqui existe uma controvérsia entre a Loja nº 441 e a Loja Africana , sendo que ambas estariam na gênese da maçonaria Prince Hall, com as implicações do reconhecimento pela Grande Loja Unida da Inglaterra e o problema de haver duas Obediências em um mesmo território. O historiador Jeremy Belknap afirma que “tendo uma vez mencionado esta pessoa (Prince Hall), tenho a informar que ele foi um grão-mestre de uma loja de maçons livres, composta na sua totalidade de pretos e conhecida pelo nome de ‘Loja Africana’. Isto teria acontecido em 1775, quando esta cidade foi tomada pelas tropas britânicas, possibilitando a montagem de uma loja e ainiciação de um bom número de negros. Após o estabelecimento da paz, enviou-se a Londres um pedido de reconhecimento, obtendo-se uma carta timbrada pelo duque de Cumberland e assinada pelo conde de Effingham”.[5]

Nelson King, editor da revista Philalethes, afirma que “em 29 de setembro de 1784 uma carta de reconhecimento (warrant) foi outorgada pela primeira Grande Loja da Inglaterra para 15 homens em Boston, Massachusetts (inclusive o Ir\Hall, cujo primeiro nome era Prince), formando a Loja Africana nº 459 no registro inglês. A Loja Africana contribuiu com o Fundo de Caridade inglês até 1797 e permaneceu correspondendo-se com o Grande Secretário até início do século XIX. Os livros de registro da Grande Loja, para tal período, entretanto, são incompletos e não é impossível que a correspondência, entre ambos os lados, apareça como tendo sido ignorada. Após 1802, o contato foi perdido, devido, em grande parte, à interrupção que as guerras napoleônicas causaram sobre os transportes e as comunicações com a América do Norte. Em 1797, a Loja Africana, contrariamente aos termos da carta de reconhecimento e às Constituições de Anderson, às quais estava vinculada, deu autorização a dois grupos de homens para se reunirem como Lojas: i) a Loja Africana nº 459B em Filadélfia na Pensilvânia e ii) a Loja Hiram (sem número) em Providence, Rhode Island. Autorizações continuaram a ser dadas para outras lojas a partir de 1808.

Após a união das duas Grandes Lojas inglesas - antigos e modernos - em 1813 a fusão dos livros de registro omitiu a Loja Africana (assim como muitas outras lojas na Inglaterra e além mar) deixando de haver contato por longos anos. A Loja Africana, contudo, não foi formalmente extinta”.[6]

Gould, em toda sua monumental obra, não chega a citar a figura de Prince Hall, mas num quadro em que lista as lojas nos EEUU reconhecidas pela Grande Loja da Inglaterra entre 1733 e 1789 cita a African Lodge de Massachussets com a data de 1784-86.[7]

Outro historiador chega a afirmar que Prince Hall teria sido iniciado numa loja militar, a Loja nº 441, sob a jurisdição da Grande Loja da Irlanda, ligada a um dos regimentos do exército do General Gage e cujo Venerável Mestre era o Ir.´. J.B.Watt.[8] Esta Loja volante existiu na vizinhança de Boston, estabelecendo-se futuramente em Nova Iorque e participou na formação, segundo a versão da maçonaria Prince Hall, da Primeira Grande Loja Caucasiana. Com a remoção da Loja para Nova Iorque, supõe-se que aquele Ir\J.B.Watt tenha dado uma “permissão” (se escrita, o documento perdeu-se; talvez oral, para que Prince Hall continuasse a funcionar em Boston). Daí talvez a gênese da “Loja Africana”. O que se especula é que essa “permissão” daria a Prince o direito de fazer reunião e de enterrar seus mortos, quando necessário. As atas da “Loja Africana” deixam muito a desejar sobre o que teria acontecido após a partida dos ingleses, sendo que este fato concorre para que a maçonaria branca marginalize a nascente maçonaria Prince Hall. Na época, Prince Hall mandou uma petição ao Grande Mestre Provincial Joseph Warren, pedindo reconhecimento. Entretanto, Warren foi morto na batalha de Bunker Hill antes de poder responder. Convém salientar que, com a morte de Warren, a jurisdição de Massachusetts abateu colunas e não havia autoridade maçônica na região. Em seguida buscou conseguir uma autorização legal e regular que substituísse a precária “permissão” de Watt. Primeiramente, tentou-se o Grande Oriente de França mas o seu intento foi infrutífero. Procurou então contatar a Grande Loja de Londres (modernos) através de duas cartas dirigidas ao Ir\William M. Moody em Londres. Desta vez obteve sucesso, conseguindo finalmente o “warrant” em 20 de setembro de 1784 para a African Lodge nº 459. Essa autorização chegou às mãos de Prince em 29 de abril de 1787 e foi noticiada pelos jornais locais. É um documento de importância vital para a maçonaria Prince Hall, pois é a prova inconteste para fugir da irregularidade que a ela é imputada pela maçonaria branca. Walkes chega a afirmar que “a carta permaneceu nas mãos da Prince Hall Grand Lodge of Massachussets. Em 1869, foi chamuscada num incêndio, sendo, contudo, salva pela ação do P.G.M. Kendall que recuperou o documento. Existe um grande número de maçons Prince Hall que acreditam ter sido o incêndio uma tentativa de a maçonaria caucasiana destruir o mais valioso de todos os documentos da maçonaria Prince Hall. Enquanto esta crença não pode ser provada, o fato alegado mostra a freqüente relação tensa entre a fraternidade Prince Hall e a sua contraparte caucasiana. Mostra também a conexão emocional entre a América Negra e Branca.”[9]

É preciso ter em mente o status colonial do negro norte-americano na época da independência. Não possuíam educação formal, além do mais sofriam restrição legal para adquiri-la e os códigos dos negros legais impediam reuniões ou ajuntamentos com mais de três individuos da raça negra. Os historiadores negros afirmam que os negros estavam na América Colonial mas não eram da América. Eram súditos coloniais dos súditos coloniais da Inglaterra. Não estavam sendo explorados por George III, mas sim por George Washington, pelos maçons e pelos donos de escravos. Os Pais Brancos Fundadores não eram os Pais Negros Fundadores, pois os homens negros viviam uma diferente Declaração de Independência, uma Revolução diferente numa América diferente. A revista maçônica negra - Phylaxis Magazine - editada em Boston comenta em seus editoriais que houve e tem sempre havido duas Américas, uma Branca e outra Negra. Defini-las juntas seria impossível. Medir a maçonaria de cada uma em conjunto, também é praticamente impossível, pois a convenção constitucional branca não foi a convenção constitucional negra, o começo branco não foi o começo negro.

Prince Hall demonstrou a sua combatividade em diversas ocasiões. Em 13 de janeiro de 1777, conjuntamente com outros companheiros de luta - maçons ou não - endereçou uma petição ao legislativo de Massachussets protestando contra a existência da escravidão na Colônia. Documentos demonstram que, novamente, em 27 de fevereiro de 1788, redigiu outra petição protestando contra o seqüestro e subsequente venda como escravos de numerosos negros que foram levados de Boston para um navio em direção às Índias Ocidentais. Estes negros retornaram a Boston depois de detidos pelo governador do Maine que concordou com o pedido de auxílio do governador de Massachusets.

Deixou vários documentos escritos, inclusive um livro de cartas, grande manancial para os historiadores. Prince faleceu em 4 de dezembro de 1807 na glória de ter sido o primeiro americano negro a receber os graus da maçonaria nos EEUU. Sua morte foi noticiada em inúmeros jornais de Boston. Foi enterrado em Copps Hill ao lado de uma de suas esposas.

A maçonaria Prince Hall honra a memória de seu fundador em uma cerimônia pública - Prince Hall Americanism Day - que acontece em setembro numa igreja em Boston. Como os São Joães, Prince Hall é considerado um dos santos fundadores da maçonaria negra nos EEUU. A cada dez anos a Conferência dos Grãos Mestres Prince Hall realiza uma peregrinação à Boston no seu memorial em Copps Hill.





III - A OBEDIÊNCIA



Mackey, dentro da mais pura Doutrina Americana da Exclusiva Jurisdição Territorial, estatui que “por esta razão que uma Grande Loja tem competência para outorgar uma Autorização (Warrant) de Constituição e estabelecer uma Loja num território não-ocupado, por petição, claro, de um requisitado número de maçons. E este direito de outorgar Autorização habitualmente conferido a cada Grande Loja no mundo, e podendo ser exercido por quantas queiram fazê-lo, desde que nenhuma Grande Loja esteja organizada no território. Assim, podem existir dez ou doze Lojas funcionando ao mesmo tempo no mesmo território, e cada uma delas derivando sua existência legal de uma diferente Grande Loja”.[10]

A maçonaria Prince Hall queixa-se de que a maçonaria caucasiana, baseada nestes princípios, sempre sabotou e não reconheceu a criação de uma Grande Loja Prince Hall. Para complicar mais o quadro, a Grande Loja de Massachussets (branca) gaba-se de ser a primeira Grande Loja do Hemisfério Ocidental, datando de 1733 quando Henry Prince foi nomeado Grão Mestre Provincial para a Nova Inglaterra por uma autorização de Lorde Montague na Inglaterra. Essa Grande Loja Provincial foi jurisdicionada pela Grande Loja da Inglaterra até abril de 1769 quando se tornou uma Grande Loja independente. Convém salientar que, com a independência dos EEUU, as diversas Grandes Lojas Provinciais, ligadas à Inglaterra ou à Escócia ou à Irlanda, declararam-se independentes de suas Grandes Lojas Mães.

A tradição da maçonaria Prince Hall afirma que a primeira Grande Loja Africana da América do Norte foi organizada em Boston, Massachussets, em 24 de junho de 1791, tendo Prince Hall como seu primeiro Grão-Mestre. A seguir foram criadas as seguintes Grandes Lojas Prince Hall [11]: 2 - Loja Africana nº 459 de Filadélfia (24/06/1797), 3 - Grande Loja Boyer em Nova Iorque (12/03/1845), 4 - Grande Loja Africana de Maryland (1845), 5 - Grande Loja União no Distrito de Colúmbia (27/03/ 1848), 6 - Grande Loja Prince Hall de Nova Jersey (24/06/1848), 7 - GLPH de Ohio (03/05/1849), 8 - GLPH de Delaware (09/06/1849), 9 - GLPH da Califórnia (19/06/ 1855), 10 - GLPH de Indiana (13/09/1856), 11 - GLPH de Rhode Island (07/10/ 1858), 12 - GLPH de Louisiana (05/01/1863), 13 - GLPH de Michigan (25/04/1866), 14 - GLPH de Virginia (29/10/1865), 15 - GLPH de Kentucky (16/08/1866), 16 - GLPH de Missouri (20/12/1866), 17 - GLPH de Illinois (15/02/1867), 18 - GLPH da Carolina do Sul (junho 1867), 19 - GLPH de Kansas (11/09/1867), 20 - GLPH da Carolina do Norte (01/03/1870), 21 - Grande Loja União da Flórida, Belize e América Central (17/06/1870), 22 - GLPH da Georgia (22/08/1870), 23 - GLPH do Tennessee (31/08/1870), 24 GLPH do Alabama, 25 - Grande Loja Stringer do Mississippi (03/ 07/1875), 26 - GLPH do Arkansas (28/03/ 1873), 27 - GLPH de Connecticut (03/11/ 1873), 28 - GLPH da Província de Ontario (1851), 29 - GLPH do Texas (19/08/ 1875), 30 - GLPH do Colorado (17/01/1876), 31 - GLPH de West Virginia (03/10/ 1877), 32 - GLPH de Iowa (09/08/1882), 33 - GLPH de Oklahoma (15/08/1893), 34 - GLPH de Minnesota (16/08/1894), 35 - GLPH de Washington (13/04/1903), 36 - GLPH de Nebraska (02/08/1919), 37 - GLPH do Arizona (30/05/1920), 38 - GLPH do Novo México (21/09/1921), 39 - GLPH do Wisconsin (28/06/1952), 40 - GLPH das Ilhas Bahamas (1951), 41 - GLPH do Oregon (23/04/ 1960), 42 - GLPH do Alaska (setembro de 1969), 43 - GLPH de Nevada (1980), 44 - Grande Loja dos Antigos Maçons da República da Libéria (setembro de 1967).

As últimas pesquisas historiográficas reformulam, em parte, a tradição da maçonaria Prince Hall. Os fatos indicam que, em 1792, a Grande Loja da Inglaterra, numa revisão de numeração de loja inativas, alterou o número da African Lodge que passou de 459 para 370.

Em 1813 a African Lodge foi retirada dos anais da Grande Loja da Inglaterra por falta de comunicação e pagamento do fundo de caridade. De 1813 a 1824 a Loja Africana de Massachussets quase abateu colunas, reunindo-se pouquíssimas vezes. Em 1824 foi remetida à Grande Loja da Inglaterra uma petição pedindo a renovação de sua Carta Constitutiva, fato que ficou sem resposta até os dias de hoje.

Em 1824 a African Lodge nº 459 (370) experimentou uma revivescência de atividades pois as suas atas se tornaram mais minudentes e constantes. Sob a liderança de um mulato, extremamente habilidoso e agressivo, chamado John Telemachus Hilton, que se tornou seu Venerável Mestre em 1827, começou-se a pensar seriamente na criação de uma Grande Loja que cuidasse dos assuntos da comunidade maçônica negra nos EEUU. Assiste-se, a partir desta data, a um novo pomo de discórdia com a maçonaria branca, sendo que esta alega ser tal criação totalmente irregular para os padrões maçônicos tradicionais, como visto acima.

Assim, em 1827, a African Lodge nº 459 de Boston assumiu o nome de African Grand Lodge nº 459, passando a adotar o título de Prince Hall Grand Lodge somente a partir de 1848. A maçonaria caucasiana teria, a partir de então, novo ponto de discussão: não só a caducidade do “warrant” da Inglaterra como também a auto-proclamação irregular de uma Grande Loja, ainda mais num território (Massachusetts) onde já existia uma Grande Loja (caucasiana evidentemente).

O jornal Boston Daily Advertiser de 26 de junho de 1827 (vide Anexo) publicou, na página 3, uma declaração de independência maçônica, datada de 16 de junho de 1827, assinada pelo Venerável-Mestre, Vigilantes e Secretário. Nesta proclamação pública menciona a carta autorizativa de 29 de setembro de 1784, as dificuldades de comunicação com a Grande Loja de Londres e, o que é mais importante, a declaração de independência de ser tributária ou governada por qualquer Grande Loja dali em diante.

A possessão da Carta de Reconhecimento da Grande Loja da Inglaterra sempre deu a Prince Hall e seus associados uma certa aura de prestígio e de status social entre os negros dos EEUU. Note-se que em 22 de março de 1797 um tal Peter Mantore de Philadelfia endereçou uma carta à African Lodge de Boston requerendo uma “dispensação, um ‘warrant’ para uma Loja Africana”. Nos primórdios do século XIX, uma Loja de Philadelfia, a Loja Harmonia de Providence em Rhode Island e a Loja Boyer em Nova Iorque obtiveram da Loja Africana nº 459 de Boston uma autorização para funcionar.

Para encerrar esta parte obediencial, convém salientar outra peculiaridade da maçonaria Prince Hall nos EEUU: a tentativa de organizar uma Grande Loja Nacional, ou seja uma autoridade central que organizasse a maçonaria negra nos diversos Estados da América do Norte.

Após a Revolução Americana, a maçonaria caucasiana tentou, por diversas vezes, organizar uma Grande Loja Geral, que teria até mesmo George Washington como Grão-Mestre Geral para todo os EEUU. Mackey afirma que “desde que as Grandes Lojas deste país começaram, nos princípios da guerra revolucionária, a abandonar sua dependência das Grandes Lojas da Inglaterra e da Escócia, - ou seja, tão logo emergiram da posição subordinada de Grandes Lojas provinciais e foram compelidas a assumir um caráter soberano e independente, - tentativas, tem sido feitas de tempos em tempos, pelos membros da Arte Real em destruir esta soberania das Grandes Lojas dos Estados Federados, e instituir, em seu lugar, um poder superintendente, para ser constituído seja como um Grão-Mestre da América do Norte seja como Grande Loja Geral dos EEUU. Conduzidos, talvez, pela analogia das colônias unidas sob uma cabeça federal ou, no começo da luta revolucionária, controlada por longos hábitos de dependência das Grandes Lojas-Mães da Europa, a disputa mal tinha começado, quando teve lugar a ruptura de relações políticas entre Inglaterra e América, no momento em que se tentava instituir o cargo de Grão-Mestre dos Estados Unidos, cujo objeto era (do qual dificilmente se pode duvidar) investir George Washington com a reconhecida dignidade”.[12]

Desde 1844 discutia-se nos círculos de Nova Iorque e Boston a necessidade de se criar uma Grande Loja Nacional Prince Hall.

A idéia e o motor da montagem da Grande Loja Nacional ou Compacta da maçonaria Prince Hall foi, mais uma vez, aquele empreendedor visto acima: John Telemachus Hilton. A elite da maçonaria negra, liderada por Hilton, tinha consciência de que a maçonaria Prince Hall era a única organização interestadual fora da igreja numa época de conflitos raciais intermitentes. Estes feudos estaduais, contudo, não se comunicavam nem mantinham um mínimo de vínculo associativo. Assim, no dia de São João Evangelista de 1847 na cidade de Boston, no Estado de Massachussets, os delegados de Boston, Nova Iorque, Providence e Pensilvania criaram a Loja Nacional dos Antigos Maçons de York Livre e Aceitos (Negros) dos Estados Unidos da América, tendo John T. Hilton como seu primeiro Grão-Mestre.

Esta Grande Loja Nacional, desde os primórdios, tornou-se um foco de dissensões e conflitos entre a maçonaria Prince Hall. Por diversas vezes reconheceu outra Grande Loja Prince Hall no mesmo Estado onde já existia uma.

As discussões tomaram um rumo mais quente com a dissensão da Grande Loja de Ohio em 1868. Como as Grandes Lojas Prince Hall dos Estados foram se retirando gradativamente da Grande Loja Nacional, na segunda Convenção Nacional de 4-6 de setembro de 1877 em Chicago, Illinois, resolveram dissolver a Grande Loja Nacional, restaurando, assim, em parte, a soberania das Grandes Lojas Estaduais.

Não se pense, contudo, que a Grande Loja Nacional teria fenecido a partir daí, pois Sherman relata que “os procedimentos normativos impressos da Grande Loja Nacional estão disponíveis para os anos de 1856, 1862, 1865, 1874, 1898, 1909, 1910, 1915 e 1921. Foram examinados pelo Ir.´. Edward R. Cusick, com quem tenho correspondido por um bom período de anos. Ele salientou o fato de que tem havido uma Grande Loja Nacional de maçons de cor operando de 1847 a 1957 e eu sei por correspondência pessoal que ela ainda esta funcionando”.[13] Apresenta ainda no Apêndice D deste seu artigo a relação dos grão-mestres Nacionais de 1847 a 1978.





IV - PÉROLAS MAÇÔNICAS



Neste item busca-se apresentar os procedimentos normativos, do passado e do presente, sobre os negros, na sua maioria, como também alguns sobre índios e amarelos, existentes na maçonaria, coletados pelos pesquisadores Prince Hall. Tais procedimentos servem como indicadores preciosos do grau de conflito racial que age como uma cunha na sociedade norte-americana. Tal fratura, apesar de ter causado uma cruenta guerra civil, ainda mantém um potencial explosivo nos dias de hoje. A tolerância maçônica inter-racial ainda não foi medianamente absorvida pelos maçons dos EEUU. Possam estes procedimentos, chamados ironicamente de pérolas maçônicas, servir de advertência aos maçons de outras plagas sobre os perigos do conflito racial e tomada de consciência sobre o abismo que separa os negros dos brancos na América do Norte. A tolerância maçônica, nos EEUU, se mostra, ainda incapaz de servir como amortecedor entre as duas tribos.

As principais pérolas coletadas são as seguintes:

1) Da Grande Loja de Iowa, Procedimentos Normativos de 1852:

“Exclusão de pessoas da raça negra está de acordo com a lei maçônica e as Antigas Obrigações e Regulamentos”.

2) Grande Loja de Louisiana, decisão do Grão-Mestre, 1924:

“Uma mistura de sangue branco e negro torna um homem inelegível para os graus da maçonaria”.

3) Grande Loja da Carolina do Norte, Constituição, edição de 1915, seção 110, p. 50:

“Um candidato tem que ser um homem branco nascido livre”.

4) Grande Loja do Mississippi, Procedimentos Normativos para 1899, p. 43, e Constituição da Grande Loja, edição de 1914, estatui que:

“Um Maçom que discute Maçonaria com um Negro deve ser expelido da sua Loja”.

5) Grande Loja de Ohio, Procedimentos Normativos para 1857:

“Admissão de pessoas de cor seria inconveniente e tende a estragar a harmonia da fraternidade”.

6) Grande Loja de Idaho, Procedimentos Normativos para 1916, p. 16, decisão de Francis Jenkins, aprovada pelo Comitê de Jurisprudência Maçônica:

“Estatui que um candidato deve ser um homem branco”.

7) Grande Loja da Carolina do Sul, o “Ahiman Rezon”, compilado por Albert G. Mackey, Grande Secretário, afirma:

“...que o candidato deve ser de pais livres brancos.”

8) Grande Loja de Nova Iorque, (a) Procedimentos Normativos para 1851:

“I. Não é adequado iniciar nas nossas Lojas, pessoas da raça Negra; e sua exclusão está de acordo com a lei Maçônica e as Antigas Obrigações e regulamentos, por causa de sua condição social deprimente; a falta geral de inteligência, que os impossibilita, como um corpo, a trabalhar ou adornar a maçonaria; a impropriedade em fazê-los nossos iguais em algum lugar, quando pela sua condição social, e as circunstâncias pela quais cada um quase se liga a eles, não acontecendo o mesmo com outros, por não terem de um maneira geral NASCIDO LIVRES...”

(b) Procedimentos Normativos para 1890:

“Iniciar Negros em Loja pode quebrar a Fraternidade através do país”.

9) Grande Loja de Kentucky

(a) Procedimentos Normativos para 1914, p. 39:

“Um homem possuindo 1/8 a 1/16 graus de sangue Negro não pode ser Maçom”.

(b) Constituição, edição de 1919, p. 28:

“Um candidato tem de ser um homem branco nascido livre”.

(c) Procedimentos Normativos para 1947, p. 139, o Secretário da Loja nº 228 perguntou: “Pode um Católico juntar-se ao Maçons?”. A decisão de Albert C. Hanson, Grão-Mestre, em Opinião nº 45, responde: “Seção 105 do Livro das Constituições determina que um candidato para a iniciação deve ser um homem branco nascido livre, de 21 anos ou mais e de boa folha corrida”.

10) Grande Loja do Texas, Constituições e Leis, 1948, Artigo XV, p. 34:

“Esta Grande Loja não reconhece como legal ou Maçônico qualquer organização de Negros trabalhando sob qualquer Carta de Reconhecimento nos EEUU, sem acatar o organismo que outorgou tal Carta, considerando todas as Lojas de Negros como clandestinas, ilegais e não-Maçônicas, e além do mais, julgam como altamente censurável o procedimento de qualquer Grande Loja nos EEUU que reconheça tais organismos Negros como Lojas Maçônicas”.

11) Grande Loja de Delaware, Procedimentos Normativos para 1867:

Iniciação ou visitação “...de qualquer Negro, mulato ou pessoa de cor nos Estados Unidos é proibido”.

12) Grande Loja de Illinois

(a) Procedimentos Normativos para 1851:

Uma resolução foi adotada proibindo qualquer iniciação ou visitação de um Negro em qualquer Loja.

(b) Procedimentos Normativos para 1852:

“...que esta Grande Loja se opõe totalmente à admissão de Negros ou mulatos nas Loja sob sua jurisdição”.

(c)Procedimentos Normativos para 1899:

“Por esta razão ter Lojas exclusivamente de Negros, poderia ser perigoso para a boa fama de nossa Ordem. E, associá-los em Lojas com irmãos brancos, seria impossível”.

13) Grande Loja do Mississippi

(a) Procedimentos Normativos para 1909:

A um candidato foi negado aumento de salário em sua Loja porque ele tinha sido instruído em seu grau anterior por um Negro.

(b) Procedimentos Normativos para 1914:

Porque ele não sabia que era errado, e assim explicou para a Loja, que tinha visitado uma Loja de Negros por ignorância, um membro da Loja nº 34 foi inocentado de qualquer erro.

Por causa deste perdão, o Grão-Mestre apreendeu a Carta da Loja; determinando que o membro deveria ser punido.

14) Grande Loja de Illinois

(a) Procedimentos Normativos para 1846:

O Venerável Mestre de uma loja foi punido por ter conferido graus a um senhor cuja mãe tinha sido uma índia Cherokee e seu pai um mulato.

(b) Procedimentos Normativos para 1852:

“A Grande Loja de Illinois reprovou um de seus corpos subordinados por ter admitido um índio meio-sangue americano como visitante, e passou uma resolução proibindo, sob severa penalidade, a repetição de tal ofensa”.

(c) Procedimentos Normativos para 1912:

Um Past Master de uma loja, conjuntamente com um ex-Primeiro Vigilante e outro membro assistiram, como carregadores do caixão, ao funeral de um Maçom Negro. O Past Master foi expulso de sua loja e os outros dois, suspensos por um ano.

15) Grande Loja de Nova Iorque, Procedimentos Normativos para 1851:

Uma resolução foi adotada declarando que homens da raça Índia na América eram material impróprio para a Maçonaria.

16) Grande Loja de Indiana, Procedimentos Normativos para 1945:

O Grão-Mestre da Grande Loja recusou-se a permitir a iniciação de um senhor chinês sob o pretexto de que ele não era um cidadão dos EEUU.

17) Grande Loja da Província de Quebec

(a) Procedimentos Normativos para 1923:

Charles McBurney, Grão-Mestre, informou à sua Grande Loja que recusou permissão para um grupo de Negros que desejavam estabelecer uma loja na cidade de Montreal.

(b) Procedimentos Normativos para 1927:

William J. Ewing, Grão-Mestre, recusou permissão para um grupo de Negros para erigir uma loja em Montreal.

18) Grande Loja do Texas

Constituição, edição de 1876: Artigo XXXVI, declarou que todas as lojas de Negros eram clandestinas e ilegais.

19) Grande Loja do Mississippi

(a) Procedimentos Normativos para 9 de fevereiro de 1899:

Visto que a Grande Loja de Washington tem declarado que se Negros estabelecerem lojas e subseqüentemente uma Grande Loja neste Estado, aqueles não considerarão tal fato como sendo uma invasão deste território Maçônico, a Grande Loja do Mississippi cortou relações fraternais com a Grande Loja de Washington.

(b) Procedimentos Normativos para 1873:

Embora o Grão-Mestre, W.H. Hardy, advertisse sua Grande Loja que em Nova Jersey permitiu a formação de uma loja em Newark, N.J., cujos membros eram brancos e negros, o alto corpo do Mississippi não tomou nenhuma ação neste ano, mas o fez em 1909.

(c) Procedimentos Normativos para 1909:

Durante o mês de agosto de 1908, Edwin J. Martin, Grão-Mestre, descobriu que a Loja Alpha nº 116, trabalhando sob a jurisdição da caucasiana Grande Loja de Nova Jersey na cidade de Newark, funcionava com brancos e negros e visto que o Grão-Mestre de Nova Jersey não renegou a Loja, o Grão-Mestre do Mississippi cortou relações com o alto corpo de Nova Jersey.

20) Grande Loja de Oklahoma

(a) Procedimentos Normativos para 9 de fevereiro de 1910:

Simpatizando com a ação da Grande Loja do Mississippi, como descrito acima, esta Grande Loja cortou relações com a Grande Loja de Nova Jersey por causa da composição racial da Loja Alpha nº 116, sob a jurisdição da última.

Mais tarde, Oklahoma reatou relações, baseado no entendimento de que todos os maçons de Nova Jersey seriam bem vindos às lojas de Oklahoma, exceto os membros da Loja Alpha nº 116.

(b) Procedimentos Normativos para 14 de fevereiro de 1940:

A Grande Loja de Oklahoma, novamente, descobriu a existência da Loja Alpha nº 116, em Newark, e mais uma vez, cortou relações fraternas com a Grande Loja de Nova Jersey mas que também foram reatadas a partir de 11 de fevereiro de 1942.

21) Loja Arizona em Phoenix, Arizona:

Em 5 de janeiro de 1952, a Associated Press noticiou que o corpo de um soldado negro, morto na Coréia, tinha sido mantido no necrotério da cidade de Phoenix por cinco semanas, visto que o cemitério, propriedade da e operado pela Loja Arizona, não teria permitido que o corpo fosse enterrado a menos que três cartas de requerimento de sepultamento, registradas em cartório, fossem submetidas à consideração se poderia ser enterrado ao lado dos veteranos brancos no cemitério desta loja Maçônica.

E para encerrar, com chave de ouro, uma pérola do general confederado da guerra civil americana e Sob\Gr\Com\do Supr\Cons\Jur\Sul dos EEUU - Albert Pike -, considerado o Platão moderno da maçonaria universal, autor do afamado Morals and Dogma, uma das bíblias do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Seu mais famoso biógrafo e apologista - Duncan - relata que, em 1858, Albert Pike e 11 de seus colaboradores emitiram uma circular conclamando a expulsão dos Negros libertos e mulatos do Arkansas, citando “a preguiça e bestialidade de uma raça degradada”, sua “imoralidade, imundície e indolência” e chamando o negro “tão desprezível e depravado como um animal”.[14]

Walkes afirma que “Albert Pike serviu como Chefe de Justiça da Ku Klux Klan quando era Soberano Grande Comendador. Tendo sido, também, Grande Dragão para o Arkansas”.[15] “Este senhor muitas vezes admitiu como sua opinião que a Maçonaria Prince Hall era tão regular como a sua e, em algumas circunstâncias, mais ainda, mas era incapaz de ultrapassar seu preconceito de cor, como expresso na seguinte linguagem: “Eu tomei minhas obrigações para com homens brancos, não para com Negros. Quando eu tiver que escolher entre Negros como Irmãos ou abandonar a Maçonaria, eu abandonarei a Maçonaria””.[16]

Albert Pike não é estranho ao Grande Oriente do Brasil, pois o arguto Kurt Prober relata que “no correr do ano de 1887 o Grande Oriente do Brasil mandou cunhar uma Medalha em homenagem ao Sob\Gr\Com\Albert Pike do Supr\Cons\Jur\ Sul dos EEUU, que vai aqui ilustrada, pois é quase desconhecida entre nós, e totalmente desconhecida aos colecionadores estrangeiros.

Nenhum documento foi jamais encontrado alusivo a esta medalha, e nenhuma explicação sobre os motivos que teriam induzido o Gr. M. Sob. Com. do GOB\Vieira da Silva, a mandar cunhar esta peça na Casa da Moeda do Rio de Janeiro, sabendo-se apenas, pelas anotações daquela Repartição, que se cunhou UM EXEMPLAR ÚNICO em OURO, certamente mandado para os EEUU ao Ir\Pike, que ainda no princípio de 1887 estivera seriamente doente, de um ataque de “gota”, que já não mais lhe permitia viajar, a ponto de estar morando com sua filha no prédio do Supremo Conselho de Washington, no que chamava de “THE HOUSE OF THE TEMPLE” (A casa do Templo).

Não há dúvida de ter sido uma homenagem merecida, a prestada a Albert Pike pelo GOB e pelo S.C.BRAS., pois fora ele, que em horas difíceis lhes tinha dado pleno apoio, em diploma de 5.7. de 1869 (em meu arquivo, veja Nota 76, pg. 142) declarando publicamente, que se tinha enganado “reconhecendo o Supr\Cons\(irregular) do Gr. Or. dos Beneditinos”, e indicando para representante do S.C.BRAS. nos EEUU o Ir\ John Quincy Adams Fellows, que foi imediatamente confirmado pelo GOB, e nomeando Pike depois o Ir\Francisco Leão Cohn para seu representante.

O Ir\Albert Pike, nascido na cidade de Boston em 29.12.1809, pode ser considerado, juntamente com George Washington, como um dos maiores maçons da nação americana, de todos os tempos. Era Jornalista, Editor, Advogado além de nas guerras dos Estados do Norte contra o México ocupou o cargo de General.

Foi o único americano, durante os 244 anos de história maçônica daquele país, que mereceu o título de GRÃO MESTRE VITALÍCIO. A sua cultura era quase fenomenal, lendo ele corretamente o Grego, Latim, Sânscrito, Francês e Espanhol, além de falar Alemão, Italiano, Português e diversos dialetos indus. Os seus poemas eram altamente estimados pelo seu contemporâneo Edgar Allan Poe.

Pois foi Albert Pike, que lançou a pedra fundamental para a importância da maçonaria americana, e ao falecer em 2.4.1891, com a idade de 82 anos, recebeu com justiça o cognome de “Patriarca da Maçonaria”.

E foi este personagem, que em 1.7.1884 escreveu a famosa réplica à bula papal de 20.4.1884 de Leão XIII, conhecida pelo nome de Encíclica HUMANUS GENUS, que condenava a Maçonaria com toda a violência. Esta resposta, revista, foi em 1.8.1884 publicada oficialmente pelo Supr\Cons\e Pike foi tão acertado e feliz em suas contra-provas, mostrando a inoportunidade e a sem razão da aludida bula, que desde então o Vaticano não mais tomou atitude tão frontal contra a maçonaria universal através de suas bulas papais, resumindo-se a combater os maçons pela legislação canônica ou outras declarações esporádicas.

Portanto, fora bem justa a homenagem que o GOB e a SCBRAS estavam prestando a Alberto Pike”.[17]

Encerrado este florilégio de pérolas maçônicas, já é hora de tirar algumas conclusões.





V - CONCLUSÃO



O fato estarrecedor que se impõe como conclusão preliminar não é tanto a falta de informação do povo maçônico brasileiro sobre a maçonaria nos EEUU em geral (Pike et caterva) e Prince Hall em particular, mas a desinformação, para não dizer informação seletiva, proporcionada por dois dos nossos maiores maçonólogos: Kurt Prober e Nicola Aslan.

Kurt Prober, por só realçar os aspectos positivos de Albert Pike, como visto acima e Nicola Aslan, por copiar ‘ipsis litteris’ a posição preconceituosa de Mackey[18] com pouca visão crítica, proporcionam uma ótica parcial dos complexos problemas maçônicos. A argumentação básica de Mackey é de que a Loja Africana nunca foi reconhecida pela Grande Loja de Massachusetts (caucasiana), a cujo corpo havia recusado sempre outorgar sua lealdade...

O Brasil maçônico passa hoje, em boa parte devido ao trabalho d’A Trolha, por uma revivescência de estudos maçônicos. Proliferam, no país, as Lojas de Pesquisas Maçônicas. A moda no momento são os ingleses e a Loja de Pesquisas Quatuor Coronati de Londres, fato que não deixa de ser altamente positivo. Se por um lado, estamos saímos, aos poucos, de nosso provincianismo maçônico, por outro, dentre os que sabem inglês, alguns começam a traduzir acriticamente os textos da Quatuor Coronati e difundi-los em escala industrial para um mercado ávido de informações.

Estamos preparando, no momento, uma monografia que talvez intitulemos de “Geopolítica da Maçonaria”, buscando mostrar como as grandes potências utilizam também a maçonaria para a sua estratégia de dominação econômica e cultural.

Não é preciso ser nenhum especialista em geopolítica para perceber que a Grande Loja da Inglaterra reconheceu e deu uma carta patente para Prince Hall e seus epígonos dentro de um contexto de guerra revolucionária, ou seja, procurava, de todos os modos, dividir a elite branca nativa dos Estados Unidos que almejava a independência da nação.

Findel, na sua arguta análise, relata que “no princípio da guerra, diz o Ir\ Barthelmess, os ingleses trataram e não foi em vão, de ganhar para seu partido aos índios e aos negros. Nas listas dos regimentos, encontram-se muitos nomes que levam a designação de black ou negro. Todo o mundo conhece o dano que os índios fizeram à milícia americana. A perspectiva de obter liberdade atraía, principalmente no Sul, os escravos que buscavam reunir-se em massa sob a bandeira do exército inglês e, ao término da guerra, abandonar o país de sua servidão e estabelecer-se em regiões que haviam permanecido sob o domínio da Inglaterra (Nova Escócia, Nova Brunswick e Canadá)”.[19]

Findel conclui seu capítulo intitulado “História Positiva da Franco-maçonaria Americana” com estas palavras que não devem agradar à Mackey e à Grande Loja Unida da Inglaterra: “estas cartas [de Prince Hall] provam não só a falsidade da afirmação que se tem sustentado de que a Grande Loja da Inglaterra tinha retirado sua patente pouco tempo depois de sua expedição, senão que ademais provam que se existe alguma negligência nas relações das duas lojas, deve atribuir-se a falta unicamente à Loja da Inglaterra”.[20]

Possa esta pequena monografia despertar o estudo da maçonaria Prince Hall, que, talvez, tenha mais interesse, como processo de aprendizagem, principalmente para os maçons negros brasileiros, não só pelo seu porte - pelos dados de 1989 seriam mais de 4675 lojas com quase 300.000 membros - como também pelo seu processo de luta num país dividido por uma tremenda luta racial. Sem embargo, o estudo e a reflexão sobre Prince Hall, é de importância vital para que os maçonólogos brasileiros - brancos, pretos, mulatos e tutti quanti - aprendam, neste cipoal de fatos históricos, a trama do poder mundial que, na maioria das vezes, utilizam a maçonaria e os maçons ingênuos, em função dos objetivos estratégicos de poder.

A título de curiosidade e da amenização do rancor da maçonaria caucasiana norte-americana, apresenta-se a seguir a relação, obtida na Internet, das Grandes Lojas que já reconhecem, admitem conviver e permitem inter-visitação com as Lojas Prince Hall: California, Colorado, Connecticut, Idaho, Kansas, Massachusetts, Minnesota, Nebraska, North Dakota, Ohio, Vermont, Washington, Wisconsin e Wyoming. No Canadá, as seguintes Grandes Lojas: Manitoba, New Brunswick, Nova Scotia, Prince Edward Island e Quebec. Desnecessário dizer que Prince Hall (Massachusetts) é reconhecida pelas Grandes Lojas da Inglaterra e da Irlanda. Fato pitoresco e grotesco é que a Grande Loja Unida da Inglaterra reconhece as Grandes Lojas da Nova Escócia, do Novo Brunswick e do Quebec e um certo número de Grandes Lojas nos EEUU, mas proibiu os seus membros de visitar as Lojas dessas jurisdições visto que tais jurisdições reconheceram Grandes Lojas Prince Hall em vários estados que não o de Massachussetts!

Recentemente o Supremo Conselho do R.E.A.A. dos EE.UU - Jurisdição Norte concordou em manter um reconhecimento mútuo com o Supremo Conselho do R.E.A.A. Prince Hall.

Para se ter uma amostra da longa trajetória do reconhecimento, supondo-se que todas as Grandes Lojas caucasianas desejassem reconhecer todas as Grandes Lojas Prince Hall e vice-versa, haveria a necessidade de 2200 reconhecimentos mútuos, haja vista existirem 51 Grandes Lojas caucasianas “regulares” nos EEUU enquanto que as Grandes Lojas Prince Hall “regulares” somam 43. Quantos anos seriam necessários para que se processasse tal reconhecimento entre as 94 Grandes Lojas? Quem viver, verá.







7 - B I B L I O G R A F I A



- ALBUQUERQUE, A. Tenório D', A Maçonaria e a Libertação dos Escravos, Ed. Aurora, Rio de Janeiro, 1970.

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[1] WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989.

[2] GRIMSHAW, William Henry, Official History of Freemasonry among the Colored People of North America, Books for Libraries Press, New York, 1971. A primeira edição apareceu em 1903.

[3] SHERMAN, John M., The Negro ‘Nacional’ or ‘Compact’ Grand Lodge, in Ars Quatuor Coronatorum, vol. 92, Anais da Quatuor Coronati Lodge Nº 2076, London, 1979, p. 148.

[4] APTHEKER, Herbert (ed), The Correspondence of W.E.B. DuBois, vol. 1, University of Massachusets Press, 1973, p. 402 in WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989, p.17.

[5] WESLEY, Charles H., Prince Hall: Life and Legacy, United Supreme Council, A.A.S.R., S.J., P.H.A. & The Afro-American Historical & Cultural Museum, Washington, p. 51 in WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989, p. 18.

[6]KING, Nelson, Short History of Prince Hall Masonry in PHA Warning Large File, comunicado email INTERNET, 19/04/96.

[7] GOULD, Robert Freke., The History of Freemasonry - Its Antiquities, Symbols, Constitutions, Customs, Etc., III vol., T.C. & E.C. Jack, Grange Publishing Works, Edinburgh, 1887, p.454.

[8]DAVIS, Harry A. , A History of Freemasonry Among Negroes in America, United Supreme Council, A. A.S.R., S.J., P.H.A, 1946, p. 29 in WALKES, JR., Joseph A., opus cit., p.18.

[9] WALKES, JR., Joseph A., opus cit., p.7.

[10] MACKEY, Albert G., Jurisprudence of Freemasonry, Macoy Publishing & Masonic Supply Co., Inc., Richmond, Virginia, 1980, p. 296.

[11] A partir do final do século XIX os antigos nomes das Grandes Lojas passam a se chamar Grande Loja Prince Hall de (nome do Estado), com toda a certeza a idéia foi estimulada pelo livro de Grimshaw que exerceu tremenda influência no mundo maçônico negro, apesar de conter muitas ficções.

[12] MACKEY, Albert Gallatin, Enciclopedia de la Francmasonería, vol. II, Editorial Grijalbo, Mexico, 1981, p.649. Como a tradução espanhola estava confusa optei por traduzir direto do inglês no livro de WALKES, opus cit. p. 74.

[13] SHERMAN, John M., The Negro ‘Nacional’ or ‘Compact’ Grand Lodge, in Ars Quatuor Coronatorum, vol. 92, Anais da Quatuor Coronati Lodge Nº 2076, London, 1979, p. 154.

[14] DUNCAN, Robert Lipscomb, Reluctant General: The Life and Times of Albert Pike, E.P. Dutton and Co., New York, 1961, p. 162.

[15] WALKES, Joseph A., The Ku Klux Klan and Regular Freemasonry, FPS, pp. 3-8 in Phylaxis, vol. VIII, nº 1, 1st Quarter 1982.

[16] WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989, p. 84.

[17] PROBER, Kurt, História do Supremo Conselho do Grau 33\ do Brasil, vol. I/1832 a 1927, Livraria Kosmos Editora, Rio de Janeiro, 1981, p. 184.

[18] Comparar o verbete NEGROS NA MAÇONARIA de Nicolas Aslan no Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, vol.III, Ed. Artenova, Rio de Janeiro, 1974, p. 730 com o verbete NEGRAS LOGIAS, LAS de MACKEY no Enciclopedia de la Francmasonería, vol.III, Editorial Grijalbo, Mexico, 1981, p.1046.

[19] FINDEL, J.H., Historia General de la Francmasonería in FRAU ABRINES, Lorenzo, Diccionario Enciclopédico de la Masonería, vol.IV, Editorial del Valle de Mexico, México, 1976, p.151.

[20] FINDEL, opus cit., p. 152.

A LOJA DOS ESPÍRITOS

(Uma Sátira dos IIr.’. que fizeram nossa História)
(Um alerta aos IIr.’. que fazem a nossa História)

Por Everaldo Porto Cunha

O silêncio sepulcral na sala dos p.’.p.’. intriga o M.’. de C.’.:
- Já é m.'. d.'. em ponto. É hora de iniciarmos nossos trabalhos. Onde estarão os IIr.’.? Talvez seja m.'. n.'., vou bater maçonicamente à porta do templo...
Ao levantar a espada para dar as pancadas na porta, de súbito começam a cair os quadros da galeria de ex-veneráveis, o chão treme, os lustres balançam, as luzes piscam e a porta do templo se abre num rangido.
Assustado, o M.’. de C.’. olha o interior do templo e, incrédulo, vê o pav.’. mos.’. com uma enorme rachadura. Através dela brota um homem magro, bigode retorcido, nariz adunco, olhar brilhante, face pálida e lábios arroxeados: sintomas típicos da anóxia crônica provocada pela tísica que lhe consumia os pulmões. O M.’. de C.’. reconhece o grande poeta, mas antes que pudesse pedir-lhe um autógrafo para seus filhos, é interrompido por ele. O baiano Castro Alves, poeta dos escravos, o mais entusiasta dos abolicionistas, estudante da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, amante apaixonado da atriz Eugênia Câmara, coloca-se à ord.’. (apesar das dificuldades pela falta de seu pé direito amputado) e brada:
-GADU! ó GADU! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes?
Embuçado nos céus?
Mas não consegue concluir a declamação do seu tão famoso poema "Vozes D´África" porque surge das entranhas do templo D. Pedro I, interrompendo o poeta aos gritos:
- Se a Maçonaria quer que eu fique, diga a todos que FICO. Fico e grito: "Independência ou morte!!". E agora que sou defensor perpétuo e Imperador do Brasil, quero ser eleito Grão Mestre da Ordem e compor o hino da Maçonaria. Onde o estão o Ledo e o Bonifácio?
- O Ir.’. Gonçalves Ledo está na Pr.’. Vig.’. e o Irmão José Bonifácio, no Oriente, na cadeira do Vem.’.; diz o M.’. de C.’..
- Chame os IIr.’.! Revista-os com suas insígnias, pois vou iniciar os ttrab.’.. E seja rápido, senão eu fecho essa bodega e a transformo num palácio para minha marquesa; ordena o Imperador, dirigindo-se ao trono de Salomão enquanto os IIr.’. Ledo e Bonifácio se agridem em defesa, respectivamente, da República e da Monarquia.
Já assustado, e temente que o Grão Mestre-Venerável-Imperador-Compositor cumpra a promessa, o M.’. de C.’. olha através da rachadura no pav.’. mos.’. e grita aos IIr.’.. Logo sobe, cambaleante, o Irmão Jânio Quadros. Cabelos em desalinho, óculos de tartaruga em assimetria, coloca-se à ordem com os pés trocados e pergunta:
- Quando começa o Copo D'água?
- Calma, Jânio... Por que você bebe tanto?
- Bebo porque é líquido. Se fosse sólido, comê-lo-ia.
- Você precisa renunciar a este vício, Irmão Jânio... E, por falar em renunciar, por que você renunciou?
- Fi–lo porque qui-lo e também por conta das forças ocultas.
!!!!!! Malheta o Imperador.
- Componha rápido esta Loja, Irmão Mestre de Cerimônias. Chame o Rui para a orat.’..
- Já estou aqui, V.’.M.’.. Acabei de chegar da Holanda. O Ir.’. Paranhos Jr., "Barão do Rio Branco", enviou-me para representar o Brasil na Conferência de Haia. Fiz sucesso. Estão até me chamando de "O Águia de Haia". Mas não é a nossa "Águia bic.’.", é "Águia macrocéfala".
- E viva a República!!
- Viva a Monarquia!!

- Cale a boca, Bonifácio, senão eu lhe deporto!; ameaça D. Pedro.
- Isto aqui está muito bagunçado. Coloquem uma música na harm.’.!
- Estamos aguardando o Ir.’. Carlos Gomes. Ele está tocando "O Guarani" no Repórter Esso, V.’. M.’..
- Venham todos assinar o liv.’. de pres.’., grita o irmão Dib, batendo com a palma da mão no trono da chanc.’.. Freqüência, presença e comparecimento: estes são os deveres do maçom. E tem mais, Ir.’.Guatimosin, este templo tem o meu nome e não vou permitir que seja transformado num palácio para Dona Domitila. Eu e mais dezesseis IIr.’. (dezesseis ou dezessete, já nem tenho mais certeza porque fizeram uma confusão danada com essa história) fundamos a Loja, construímos o templo e não vamos permitir que ele seja profanado.
- Se for pra competir, eu também quero dizer que tenho um Kadosch que é só meu, diz o Irmão Ledo.
- !!!!! Silêncio!! Silêncio!! Suspendam os s.’. maçônicos! Temos um gotei.’. entre nós! Irmão Gu.’. Int.’., quem é esse cabeludo com uma corda no pescoço?
- É o Tiradentes, o Mártir da Independência, V.’. M.’..
- Tiradentes uma ova! Agora sou um dos 200 mil dentistas deste país, com diploma na parede e anel no dedo.
- Ir.’. M.’. de C.’.: coloque o Tiradentes, ou melhor, nosso mártir dentista, entre col.’. para o telh..- Sois M.’.?
- Iniciei-me por correspondência, V.’.M.’..
- Ah, eu pensei que o Ir.’. fosse membro da nossa primeira Loja brasileira, a "Areópago de Itambé", do Ir.’. Arruda Câmara. E o Ir.’. sabe a pal.’. s.’.?
- Sei, sim, V.’. M.’.: "Tal dia é o batizado".
- Tá bom. Então, pode assumir um lugar entre nós. Afinal, você merece pois foi o único enforcado dos 11.
- E viva a República!!
- Cale a boca, Ledo!
- Não sou o Ledo, V.’. M.’.. Sou o gaúcho Bento Gonçalves, e estou dando vivas à "República do Piratini".
- E o Ledo, por que está tão calado?
- Estou confuso, V.’. M.’.. Não sei se hoje é 20 de Agosto ou 09 de Setembro, se estamos na E.’. V.’. ou no Ano da Verdadeira Luz, e preciso fazer meu discurso na loja Comércio e Artes do Rio de Janeiro.
E, novamente, outro bate boca:
- A República é o melhor para o Brasil!!
- Não é!!! É preciso fazer uma mudança gradual, mas não temos sequer um nome para assumir a presidência.
- Chame o Deodoro para assumir o governo provisório. Ir.’. M.’. de C.’., grite pelo Deodoro!
Chega o Deodoro, doente, fragilizado, desencantado e diz:
- Tô fora. Já dei a minha contribuição: já assumi, já fechei o Congresso, já renunciei ao governo, ao Grão Mestrado. Quero que me esqueçam. Vocês se resolvam com o Floriano, o "Marechal de Ferro".
- Calma, Deodoro. Quem disse isto foi outro presidente.
Nesse ponto a confusão torna-se muito grande, já virando caso de policia, ou melhor, de exército. Chamam o Caxias.
Montado num enorme cavalo, brandindo sua espada, sai das profundezas o nosso Duque Patrono do Exército brasileiro:
- Sigam-me os que forem brasileiros!
- Para onde, Caxias?
- Para qualquer lugar, desde que estejamos "ombro a ombro" e não "peito a peito".
- Obrigado por ter vindo, mas tire esse cavalo do templo e resolva essa querela o mais diplomaticamente possível.
- Eu só sei resolver na espada. Diplomacia é lá com o Barão, o do Rio Branco.
- Ir.’. Gu.’. Int.’., controle a entrada dos IIr.’.. Quem é esse aprendiz no topo da col.’. do N.’.?
- É o Euclides da Cunha, V.’. M.’..
- O jornalista do Estadão? O autor de "Os Sertões"? Aquele que disse que "o sertanejo é um forte"?
- Não, V.’.M.’.. Este não é aquele que disse. Esse é o próprio sertanejo forte do sertão baiano.

- Tá bom.. Então deixa ele aí, quietinho, na col.’. do N.’.. Meus IIr.’.: estando a Loja dos Espíritos comp.’., vamos iniciar nossos trab.’.. Irmão Gu.’. Int.’.: verifique se estamos a cob.’..
O Ir.’. Gu.’. Int.’. sai do templo e, após alguns minutos de longa espera, retorna e diz:
- V.’.M.’.: é com profunda tristeza que vos informo o que vi.
- E o que vistes, Irmão Gu.’. Int.’.?
- V.’. M.’., na Sala dos PP.’. PP.’. amontoam-se milhares de IIr.’. deitados na cama da fama. Dormem um sono profundo. Alguns até roncam; outros sonham com a Maçonaria do passado. No salão de festas, outro tanto se repasta com gordurosos bolinhos, pastéis e canapés. Bebem refrigerantes, cerveja e até aguardente. Algumas
conversas, felizmente a minoria, vão do mesquinho ao ridículo. Pequenos grupos fazem pequenos negócios. Alguns, mais preocupados com os grandes problemas da Ordem e da sociedade, parecem sonhar acordados quando falam de seus utópicos projetos, e outros, talvez por não entenderem a real dimensão dos problemas, tentam resolvê-los com pequenas soluções, fazendo jantares beneficentes, bazares e vendendo até rifas.
- Não é possível!!!!! Não acredito no que ouço! Abandonaram a liberdade de pensar! Não se fomentam mais as grandes idéias! Perderam os nossos ideais! Interromperam as nossas conquistas e agora interrompem o nosso merecido descanso. Por que nos incomodam???? !!!!
De p.’. e à ord.’. Ir.’. M.’. de C.’.: abra as portas do templo. Meus IIr.’.: enchamos de ar os nossos pulmões e gritemos em uníssono:
-ACORDEM, MEUS IIR.’.!!!!!!!!!!