sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ORIGEM DO TITO ADONHIRAMITA

Fuad Sayar
VERBA VOLANT, SCRIPTA MANENT

Discutir a Origem do Rito, é necessário abordar com muita coragem, e com documentos, uma vez que o tema é extremamente polemico e para alguns, até tabu. Entretanto, se faz necessário a derradeira elucidação da Origem do Rito. Muito se tem falado, escrito e divulgado sobre a origem do Rito. Há algumas versões, que chegam a ser até cômica. A grande maioria das versões são especulações e o que é pior, sem provas documentais. Infelizmente, essas especulações só vem denegrir o nosso belo Rito. A questão de provas documentais é muito importante exatamente porque a História não admite o eu acho, ou ouvi dizer ou me disseram. ( Raimundo Rodrigues – “A Filosofia da Maçonaria Simbólica” ) Varios estudiosos/pesquisadores Maçons Brasileiros, de renomada credibilidade, tais como José Castellani, José Daniel, Nicola Aslan, Xico Trolha e outros, já demonstraram cabalmente a verdadeira história da Origem do Rito. Entretanto são Brasileiros,. . . e como Brasileiros, não tem valor para alguns. Dessa forma, acrescentarei dados documentados, de conceituados estudiosos e pesquisadores alienígena, de assuntos da Maçonaria Universal, prova definitiva e cabal, que o criador do Rito Adonhiramita, foi Louis Guillerman de Saint - Victor.

“Dictionnarie des Franc-Maçons et de la Franc-Maçonnerie” de MELLOR (Alec)

“ As Escrituras falam de Adonhiram somente como encarregado das corvéias quando da construção do Templo pelo Rei Salomão, entretanto, em 1744, Louis Travenol publicou sob o nome de Léonard Gabanon o seu “Catéchisme de Francs Maçons ou le Secret des Francs Maçons”, onde confundia Adonhiram com Hiram Abif. Como “Adon ”, em hebraico significa “Senhor”, essa palavra apareceu como prefixo de honra. Os ritualistas dividiram-se . Para uns, Adonhiram e Hiram eram a mesmo personagem Outros sustentavam a teoria dualista, mas divergiam quanto aos papéis respectivos de Adonhiram e Hiram na construção do Templo, uns sustentando que Adonhiram não fora senão um subalterno enquanto outros nele viam o verdadeiro herói da lenda do 3º Grau. Foi assim que nasceu uma Franco – Maçonaria denominada Adonhiramita, oposta, pelos seus teóricos, à dos “hiramitas”. Ela nos é conhecida pelo “Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite”, publicada em 1781, por Louis Guillemain de Saint – Victor, e abrange os quatro primeiros graus.

Em seu livro “ Orthodoxie Maçonnique “, Jean Marie Ragon, atribuiu ao Barão de Tschoudy a criação da Franco – Maçonaria Adonhiramita. É um erro total.

Encyclopaedia of Freemasonry “ de MACKEY (Albert G.

A criação do Rito Adonhiramita, foi atribuída erroneamente por Ragon ao Barão de Tschoudy, criador da Ordem da Estrela Flamejante. A coletânea relativa aos Altos Graus do Rito, foi completada em 1785, cuja hierarquia se apresenta com se segue:

1º Aprendiz; 2º Companheiro; 3º Mestre; 4º Mestre Perfeito; 5º Primeiro Eleito ou Eleito dos Nove; 6º Segundo Eleito ou Eleito de Perignan; 7º Terceiro Eleito ou Eleito dos Quinze; 8º Pequeno Arquiteto ou Aprendiz Escocês; 9º Grande Arquiteto ou Companheiro Escocês; 10º Mestre Escocês; 11º Cavaleiro da Espada, Cavaleiro do Oriente ou da Águia; 12º Cavaleiro Rosa Cruz .

“ Esta é a lista completa dos Graus Adonhiramita. Thory e Ragon erraram ambos ao darem-lhe um 13º, a saber: o Noaquita ou o Cavaleiro Prussiano. Praticaram esse erro, porque Saint – Victor inserira este Grau no fim do seu segundo volume, mas somente como uma curiosidade maçônica, que tinha sido traduzida do alemão, com ele disse, pelo Senhor de Berage” ( Ragon errou duas vezes – grifo meu ) “Não existe qualquer ligação com a precedente série de Graus”, e Saint – Victor declarou positivamente que o Rosa – Cruz é o nec plus ultra ( 2ª parte pag. 118 ), o ápice e término do seu Rito

OBS.- Os grifos em negrito são meus.
26Dez2005 - 21:29 | ( 0 ) comentários

A ORIGEM DO RITO ADONHIRAMITA (continuação)
Fuad Sayar

Esse erro de Ragon, levou os precursores e alguns pseudos estudiosos, da atualidade, a defenderem, como criador o ilustre escritor Maçom Théodore Henry – Barão de Tschoudy. Contudo, não há uma única literatura de sua autoria, com citação a Maçonaria Adonhiramita. A sua obra capital é “ L’ Étoile Flamboyante “, de 1766. Tschoudy nasceu em 1720 e faleceu em 1769. A coleção “Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite” foi publicado em 1781, isto é, 12 anos após a morte de Tschoudy, e até os dias atuais , ninguém conseguiu provar, com documentos, que ele tenha deixado manuscritos para edições futuras..

Todavia, se os conceitos emitidos por pesquisadores estrangeiros, também forem contestados, vamos concentrar numa analise do próprio livro “Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite “

Na edição, publicada em 1787, traduzida e editada para a lingua portuguêsa, pela “ ARJS Gilvan Barbosa” de Campina Grande – PB -, que abrange os quatro primeiros graus, há algumas citações que, não foram – ou não quiseram - observadas pelos pesquisadores interessados em manter o “status quo“ sem a devida humildade de reconhecer o erro.

Senão vejamos:

Na apresentação do Editor Francês da Edição de 1787, do “Recueil.....

“Para Guillemain Saint – Victor, Adonhiram não parece ser esse preceptor, mas um parônimo de Hiram, o Mestre Maçom. (pag 86)”.

“ O autor faz seus comentários, apresenta as indicações do comportamento em Loja, os catecismos e os rituais dos quatros primeiros graus, como parecem ter sido praticados em 1781, tentando relatas apenas verdades, pelo menos, de valor histórico ”.

Na Advertência do Autor: (Edição de 1787)

Quando mandei imprimir minha Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, em 1781, anunciei a história da Ordem. Seis anos de reflexão provaram-me que apresentar a origem desta maçonaria seria infinitamente mais interessante.

“No Catecismo dos Aprendizes. (do Autor da Edição de 1787)

“ Esperando que a História da maçonaria, que vou publicar brevemente, persuada muitos Irmãos, poucos instruídos de que esta pergunta dever ser a primeira de seu catecismo....”.

A primeira edição do “ Recueil Precieux.....”, foi publicado em 1781, e a edição traduzida pela Loja Gilvan Barbosa” é a de 1787. Analisando esses dados da Edição de 1787, sem muito esforço mental, podemos concluir:

1º - Quem faz a citação que “Guillemain de Saint – Victor é o autor, foi editor Francês.

2º - Que a edição de 1787 é uma complementação da edição de 1781, fica claro com a citação do editor.

“O autor faz seus comentários, ... como parecem ter sido praticados em 1781..

3º - No tópico “Advertência do Autor”, determinou peremptoriamente que Saint – Victor, mandou imprimir em 1781 a primeira edição, e seis anos depois de “reflexões”, ele mandou imprimir outra edição (1787).

Se o Barrão de Tschoudy, faleceu em 1769, como em 1787 ele poderia ter feito reflexões e mandar editar outra edição ?

4º - Já no tópico “ Catecismo dos Aprendizes” o autor diz que, “vou” publicar a Historia da Maçonaria, o que fez em também em 1787, com o titulo “ Origine de la Maçonnerie Adonhiramite”. Que felizmente, sou um dos poucos a possuir um exemplar original.

Como dizia o renomado escritor maçom, Irmão José Castellani: ( “A Trolha” - nº 107 setembro de 1995 ) : “História é pesquisa, é documento e não especulação “.

26Dez2005 - 21:21 | ( 0 ) comentários

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